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Miguel Alves, o "elefante na sala" da Comissão Política do PS, denuncia Daniel Adrião

11 nov, 2022 - 00:51 • Lusa

Militante socialista que lidera corrente interna de oposição a António Costa lembra que, esta quinta-feira, no final do Conselho de Ministros, “a porta-voz do Governo, Mariana Vieira da Silva, anunciou que o caso de Miguel Alves estava esclarecido”.

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Daniel Adrião, que lidera uma corrente interna de oposição à direção do PS, afirmou que o ex-secretário de Estado Miguel Alves, exonerado na quinta-feira, era o “elefante na sala” da Comissão Política Nacional do PS.

“Há um elefante sentado na sala. E esse elefante na sala chama-se Miguel Alves. Parece que há um voto de silêncio sobre este assunto. E eu pergunto porquê? Em nome de quê e de quem?”, questionou Daniel Adrião, depois de várias intervenções de dirigentes socialistas que não abordaram as circunstâncias em que o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro se demitiu do Governo.

Daniel Adrião apontou que ainda na quinta-feira, ao início da tarde, no final da reunião do Conselho de Ministros, “a porta-voz do Governo, Mariana Vieira da Silva, anunciou que o caso de Miguel Alves estava esclarecido”.

“E passado escassas horas o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, demitiu-se do Governo. O que aconteceu para justificar este desfecho? António Costa deve essa explicação à Comissão Política, ao PS e ao país”, disse, dirigindo-se ao líder dos socialistas.

Na sua intervenção, este dirigente da ala crítica da direção do PS sustentou que “há evidentes sinais de que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, está a tentar fazer um xeque-mate ao Governo”.

“E há que ter muita atenção aos indicadores que vão surgindo relativamente ao apoio ao Governo e ao PS. Porque o desgaste começa a ser evidente”, advogou.

Neste contexto, referiu então que a última sondagem realizada há cerca de duas semanas, mas ainda antes do caso do Miguel Alves, dava o PS com uma intenção de voto de cerca de 28% - “isto é, 13% menos do que o resultado obtido pelo PS nas últimas eleições legislativas”.

“Significa a perda de quase 1/3 do seu eleitorado. Há um grande risco da maioria parlamentar poder deixar de corresponder a uma maioria social e eleitoral”, acrescentou.

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