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Costa avisa BCE que recessão agravará a situação social na Europa

29 out, 2022 - 18:06 • Lusa

O primeiro-ministro português insistiu este sábado na necessidade de o Banco Central Europeu (BCE) ser prudente na linha de "normalização da política monetária" para combater a inflação.

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O primeiro-ministro português insistiu este sábado na necessidade de o Banco Central Europeu (BCE) ser prudente na linha de "normalização da política monetária" para combater a inflação, advertindo que uma recessão agravará a situação social na Europa.

Na quinta-feira, o conselho de governadores do BCE decidiu aumentar em 75 pontos base as taxas de juro de referência na zona euro - o segundo aumento seguido desta dimensão depois da subida de setembro (e de 50 pontos em julho), elevando a taxa dos depósitos para 1,5% e a taxa de refinanciamento para 2%, o nível mais elevado desde julho de 2008.

"O BCE é independente [dos governos] e devemos respeitar essa independência, o que não quer dizer que não tenhamos uma opinião sobre a matéria", declarou António Costa, durante uma conferência de imprensa conjunta com a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, no Palácio Foz, em Lisboa.

Perante os jornalistas, o primeiro-ministro português insistiu na necessidade de o BCE agir com "prudência na normalização da política monetária".

"É preciso compreender a natureza específica do choque inflacionista que estamos a sofrer, que não resulta de um aumento exponencial da procura, mas de quebras significativas da oferta. Essas quebras são resultado de uma rutura das cadeias de abastecimento ainda fruto da pandemia da covid-19 e que foram agravadas pela guerra desencadeada pela Rússia contra a Ucrânia, gerando uma crise energética à escala global e que se reflete, naturalmente, nas nossas economias", sustentou António Costa.

O primeiro-ministro português disse aceitar que "a prioridade tem de ser para todos reduzir a inflação tão rápido quanto possível".

"Mas é importante que se mantenha o equilíbrio entre o esforço da política monetária para conter a inflação e evitarmos riscos de recessão. Um risco que seguramente agravaria a situação social e poderia mesmo colocar em causa ainda mais a oferta disponível para satisfazer as economias", salientou António Costa.

Em relação à atuação da instituição liderada pela francesa Christine Lagarde, a primeira-ministra francesa optou por uma resposta curta, mas assinalando que "partilha largamente do ponto de vista" antes apresentado por António Costa.

"O primeiro objetivo de ação é a redução da inflação e conter os aumentos dos preços da energia. O BCE está a atuar no quadro da sua independência, mas cada um dos governos pode observar em relação à necessidade de um equilíbrio entre a resposta a dar ao fenómeno da inflação e não afetar de forma excessiva a economia. Essa é uma preocupação largamente partilhada na Europa", acrescentou Elisabeth Borne.

Comentários
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  • O Avisador
    30 out, 2022 Portugal 11:36
    De quem é a culpa desta vez?... lol 😂
  • Joaquim Correto
    29 out, 2022 Paços 18:01
    O BCE está a fazer o papel dele! Peca é por ter agido tarde demais! E o governo ao dar 125€ para ordenados até 2700€, não ajuda a conter a inflação! Esse 125€ devia ser no máximo para ordenados até 900/1000€! Neste altura os governos até no discurso devia ter contenção! O discurso tem de ser o apelar à contensão no consumo! Há muita gente a aproveitar-se da situação! Em determinados setores, devia haver uma controlo administrativo do preços, temporariamente!

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