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Abusos na Igreja. IL, Chega, BE, PAN e Livre condenam declarações de Marcelo

11 out, 2022 - 20:04 • Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa disse não estar surpreendido com as 424 queixas de abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica, considerando que não é um número "particularmente elevado" comparado com "milhares de casos" noutros países.

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O BE, a IL, o Chega, PAN e Livre criticam e lamentam as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o número de queixas de abuso sexuais na Igreja Católica.

Marcelo Rebelo de Sousa disse não estar surpreendido com as 424 queixas de abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica, considerando que não é um número "particularmente elevado" comparado com "milhares de casos" noutros países.

Na rede social Twitter, o líder parlamentar do BE começou por considerar “um insulto às mais de 400 vítimas” as “miseráveis declarações” do Presidente da República sobre este número de queixas de abusos sexuais na Igreja, defendendo que não esteve “à altura” do cargo.

“O Presidente da República já pediu desculpa às vítimas de abusos sexuais na Igreja e às suas famílias pelas miseráveis declarações de hoje e por não ter estado à altura do cargo que ocupa?”, questionou Pedro Filipe Soares.

Já a Iniciativa Liberal, através da sua página oficial, lamentou “profundamente o comportamento do Presidente da República no caso dos abusos sexuais de menores no seio da Igreja”.

“O Presidente mostra estar mais preocupado em ilibar e relativizar a gravidade do comportamento de vários elementos da Igreja Católica do que com as vítimas dos atos hediondos. Marcelo Rebelo de Sousa deve um pedido de desculpas às vítimas e ao país”, defendem os liberais.

Também o presidente do Chega, André Ventura, considerou “infelizes” as declarações do chefe de Estado na mesma rede social.

“Uma vítima de abusos sexuais, mesmo que fosse só uma, já seria muito grave. O país deve pedir desculpa às vítimas - e o Presidente também - e não menorizar o seu sofrimento!”, apelou.

Também através do Twitter a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, afirmou que “um caso que fosse era grave, muito grave e repudiável, quanto mais 400!”.

“É incompreensível a desvalorização dos abusos sexuais de menores na igreja por parte do Presidente da República e inaceitável o contacto que fez ao bispo José Ornelas sobre a denúncia”, criticou.

Pelo Livre, Rui Tavares dirigiu-se diretamente a Marcelo: “Senhor Presidente, imagine todo o sofrimento e coragem que foi preciso para que 400 pessoas partilhassem as histórias de abusos que guardaram durante anos. As suas declarações podem ter por consequência minimizar esse sofrimento e desencorajar quem ainda procura forças para falar”.

A deputada do PS Isabel Moreira também apelidou de “inaceitável” esta posição de Marcelo Rebelo de Sousa.

Já o PCP alerta que o número de casos de abusos sexuais de menores na Igreja Católica é "uma questão muito sensível" que "não deve ser menorizada" e exortou para que se apurem todas as consequências.

"Esta é uma questão [os abusos sexuais de menores] muito sensível, que merece preocupação, não deve ser menorizada e cujo apuramento deve prosseguir com as consequências devidas", sustentou o PCP, aludindo às declarações do Presidente da República que, questionado sobre os 424 testemunhos validados pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja, disse não estar surpreendido, acrescentando que não lhe parece um número "particularmente elevado".

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