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PCP critica proposta de aumentos para função pública por agravar perda de poder de compra

04 out, 2022 - 19:28 • Lusa

Na opinião de Paula Santos, a valorização das carreiras e das remunerações da função pública permite "não só a valorização destes trabalhadores do ponto de vista dos seus direitos, mas também cria as condições do ponto de vista do desenvolvimento, da melhoria da prestação do serviço público nos diversos setores da administração pública".

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A líder parlamentar do PCP defendeu esta terça-feira que a proposta de aumentos salariais do Governo para a função pública "não só não responde" à perda do poder de compra como "ainda a agrava", insistindo na valorização das carreiras.

"Relativamente àquilo que foi anunciado por parte do Governo o que revela é que não só não dá a resposta que é necessária face à perda de poder de compra dos trabalhadores da administração pública, como ainda agrava a continuada perda de poder de compra que estes trabalhadores já vêm sentindo nos últimos anos", defendeu Paula Santos.

A dirigente comunista falava aos jornalistas na Assembleia da República em reação à proposta do executivo para a função pública de aumentos salariais entre 8% e 2%, com garantia de um mínimo de cerca de 52 euros por ano até 2026.

"O que é preciso é a reposição e valorização do poder de compra dos trabalhadores da administração pública, a valorização das suas carreiras, das progressões", defendeu.

Na opinião de Paula Santos, a valorização das carreiras e das remunerações da função pública permite "não só a valorização destes trabalhadores do ponto de vista dos seus direitos, mas também cria as condições do ponto de vista do desenvolvimento, da melhoria da prestação do serviço público nos diversos setores da administração pública".

Questionada pelos jornalistas, a líder parlamentar recusou comentar a polémica que envolve o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que na segunda-feira, na sequência de uma reportagem da TVI, divulgou um comunicado no qual disse estar "ciente" da incompatibilidade do seu cargo no Governo com a gestão de uma empresa na área da saúde, salientando já ter iniciado "o processo de dissolução da mesma".

O Governo propôs esta segunda-feira aos sindicatos da administração pública aumentos salariais entre 8% e 2%, com garantia de um mínimo de cerca de 52 euros.

Este novo mecanismo de atualização é plurianual, sendo válido até 2026, embora possam ocorrer algumas revisões a cada ano, consoante a realidade económica e financeira do país, disse a ministra da Presidência à Lusa.

Em 2022, a generalidade dos 740 mil funcionários públicos teve aumentos salariais de 0,9%, em linha com a inflação verificada em 2021, retirada a deflação.

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, disse na segunda-feira que há margem para melhorar a proposta de aumentos salariais da função pública, admitindo "pequenos acertos", mas destacou o esforço orçamental que o atual documento já contempla.

A proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2023 é entregue na próxima segunda-feira (10) na Assembleia da República.

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