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Inflação

Líder parlamentar do PSD compara Costa a Mário Soares no “ilusionismo monetário”

22 set, 2022 - 06:15 • Tomás Anjinho Chagas

Miranda Sarmento lembra aumentos na função pública que, por causa da inflação, significavam perda de poder de compra. O líder da maior bancada da oposição avisa que a inflação veio para durar e critica escolha de Manuel Pizarro por ser insitência no “aparelho socialista”.

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Os aumentos da função pública, apesar de serem aumentos, foram arma de arremesso da oposição ao Governo. No jantar-conferência desta quarta-feira do encontro interparlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento comparou os aumentos dos trabalhadores do Estado que vão ser promovidos este ano, com os que foram feitos entre os anos 70 e 80.

Segundo António Costa, os aumentos da função pública para o próximo ano devem fixar-se nos 2%, valor bem abaixo da inflação prevista pelo Governo para este ano. Joaquim Miranda Sarmento fala em “ilusionismo monetário”, onde há um aumento nominal nos salários apesar de as pessoas perderam poder de compra real.

O líder da maior bancada da oposição diz que estes aumentos o lembram os anos das primeiras intervenções do FMI em Portugal (1977 e 1983), altura em que Mário Soares promoveu subidas que ficavam aquém dos níveis da inflação.

Ele dizia uma coisa muito engraçada. Ele dizia «Eu fui Primeiro-Ministro com o FMI, mas eu dava aumentos de 15% aos funcionários públicos. Pois, mas a inflação era 30%”, atira o presidente da bancada parlamentar do PSD, acrescentando que “é fácil dar aumentos, apesar da perda de poder de compra que as pessoas tiveram” nessa altura.

Pensões e a inflação, o problema que veio para ficar

Num discurso, que entre intervenção inicial e perguntas teve mais de uma hora, Joaquim Miranda Sarmento navegou por águas seguras: economia e finanças, áreas onde é formado e dá aulas.

Na palestra que escolheu dar aos deputados (do Parlamento Regional açoriano, da Assembleia da República e do Parlamento Europeu), foi na atual conjuntura económica que se focou. O líder da bancada do PSD considera que este “é um tema que vai estar mais algum tempo em cima da mesa”.

Sobre o eventual corte nas pensões em 2024, Miranda Sarmento pede esclarecimentos para o Governo ter tomado esta decisão, que segundo ele, foi implementada de forma “encapotada”.

“O Ministro das Finanças teve uma explicação diferente da do Primeiro-Ministro”, lembra. O presidente do Grupo Parlamentar social-democrata explica que Fernando Medina justificou-o com um problema orçamental imediato, e que António Costa usou a sustentabilidade da Segurança Social para fundamentá-lo.

Miranda Sarmento pede por isso explicações e uma clarificação sobre as razões que levaram o Governo a anunciar a antecipação do aumento das reformas para o próximo mês de outubro, que pode culminar num corte em 2024, no valor de mil milhões de euros.

Pizarro: a escolha da máquina socialista

O líder da maior bancada da oposição não poupou críticas aos membros do Governo. Nem aos que já lá estavam: Fernando Medina, que acredita ser “tecnicamente pouco conceituado” e que politicamente é “diminuído”; nem aos que entram.

Miranda Sarmento critica a escolha de Manuel Pizarro para substituir Marta Temido, dizendo que mais uma vez, António Costa foi buscar alguém da “máquina socialista”, demonstrando incapacidade de atrair pessoas “reconhecidas na sociedade”.

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