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Deputados do Chega abandonam hemiciclo em protesto contra Santos Silva

21 jul, 2022 - 16:26

Momento de tensão com o presidente da Assembleia da República, durante debate sobre lei de estrangeiros, levou o grupo parlamentar de André Ventura a sair da sala.

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O debate sobre a revisão da lei de estrangeiros deixou hoje o Chega isolado e gerou um momento de tensão com o presidente da Assembleia da República, que culminou no abandono do hemiciclo pelos deputados do partido de André Ventura.

A bancada parlamentar do Chega saiu do plenário da Assembleia da República a meio de uma intervenção de Augusto Santos Silva, quando este respondia diretamente às críticas de André Ventura que acusou o presidente do parlamento de não ser isento e representar o PS nas suas funções.

A troca de argumentos começou depois de uma intervenção do líder do Chega, no debate sobre uma proposta do Governo que altera o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional, três projetos de lei do Livre e uma iniciativa do Chega.

André Ventura acusou o Governo de querer que os imigrantes "venham de qualquer maneira" para o país e atirou: "Só há uns que nunca têm prioridade no discurso do Governo, os portugueses que trabalharam toda a vida, que pagam impostos e estão a sustentar o país".

O líder deste partido chegou mesmo a dizer que os imigrantes que chegam a Portugal não são iguais aos portugueses que emigram para outros países, intervenção que gerou muitos protestos por parte de vários deputados no hemiciclo e levou à intervenção do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

"Devo dizer que como presidente da Assembleia da República de Portugal considero que Portugal deve muito, mas mesmo muito aos muitos milhares de imigrantes que aqui trabalham, que aqui vivem e que aqui contribuem para a nossa Segurança Social, para a nossa coesão social, para a nossa vida coletiva, para a nossa cidadania e para a nossa dignidade como um país aberto inclusivo e respeitador dos outros", declarou, tendo sido aplaudido por deputados de várias bancadas, à exceção do Chega.

André Ventura ripostou, considerando que o presidente do parlamento deveria "abster-se de fazer comentários" sobre as intervenções dos deputados e acusando-o de representar o PS nas suas funções. Nesta intervenção ouviu críticas de outras bancadas, tendo o presidente do parlamento intervindo para pedir aos deputados que ouvissem André Ventura.

Augusto Santos Silva -- que foi várias vezes aplaudido por deputados de várias bancadas nas suas intervenções -- respondeu que não representa o PS nas suas funções, mas sim "o chão democrático comum desta Assembleia, tal como a Constituição o determina e o regimento o impõe".

"A minha função mais básica é de assegurar o prestígio da Assembleia da República e sempre que o prestígio da Assembleia da República esteja em causa pode vossa excelência ter a certeza que eu intervirei", disse, tendo a meio desta intervenção a bancada do Chega abandonado o hemiciclo.

O deputado do Chega Diogo Pacheco de Amorim saiu apenas uns momentos mais tarde.

Comentários
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  • José J C Cruz Pinto
    25 jul, 2022 ILHAVO 08:39
    E é por causa dos "tontinhos do politicamente correcto" no comentário político, algum jornalismo, para além de aspectos da própria lei, quando não mesmo da parte de instituições guardiãs da Constituição, que o "dito-cujo" (adivinhem lá qual e quem) derruba diariamente todos os limites constitucionais e da mais elementar decência, enquanto se critica quem verbera e se opõe a qualquer tolerância com tanta indignidade e bandalheira.
  • Anti-Sistema
    21 jul, 2022 Farto de trabalhar para eles 20:47
    E o Chega! ficou muito aquém da Verdade. Todas as semanas desembarcam no aeroporto resmas de tipos das ex-colónias que vêm cá para "tratamentos médicos". Na realidade vêm cá ao cheirinho do Estado Social para viverem à nossa custa sem trabalhar: os putos são institucionalizados e ficamos nós a pagar, as tipas não trazem documentos e nem dizem quem é o pai que convenientemente, "esfumou-se", e nós é que gastamos recursos a averiguar onde pára o cobridor. Depois têm SASE, advogado, Médico à borliu , ou melhor tudo pago por nós, RSI, ajudas à Renda, Banco Alimentar, e ainda enchem os Tribunais com pedidos para o "Fundo" - os tipos fizeram o "serviço" e depois raparam-se - para alimentar os resultados da paródia, que "o pai fugiu e não sei dele", ou então até pedem casas e dinheiro para ir visitar a família "nos angola", tudo à nossa custa. O Chega! fala e tem 200% de razão no que diz. Se o pessoal soubesse que nos Tribunais de Familia e menores, trabalha-se mas é para ex-colonias e brasileiros madraços que vieram para cá para aproveitar estas benesses do Estado Social...
  • Força, André!
    21 jul, 2022 Viva o Chega! 16:39
    Uma coisa é defender o regimento da AR, outra é emitir opiniões condizentes com as do PS-Governo como um qualquer deputado Socialista e depois vir dizer que está a defender "o chão democrático comum desta Assembleia, tal como a Constituição o determina e o regimento o impõe". Não representa o PS, o tanas! Se não consegue despir a camisola PS que trás por baixo da farpela, então demita-se.
  • José J C Cruz Pinto
    21 jul, 2022 ILHAVO 16:10
    Muito bem!! Mas deviam era abandonar o hemiciclo de vez! Quando é que o fazem de livre vontade ou, não qurendo, quando aprenderá o País e serão corridos? Que relação haverá entre o seu constante estendal de insultos e bacoradas (inconstitucionais) e democracia?

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