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Diálogo com o Chega? Montenegro "não será cúmplice da perpetuação do PS no poder"

12 mai, 2022 - 20:00 • Manuela Pires

O candidato à liderança do PSD define como missão liderar a alternativa ao PS. Diz que não vai perder tempo com discussões sobre um futuro diálogo com o Chega, mas Luis Montenegro garante que “o PSD não se vai descaraterizar, mas também não será cúmplice da perpetuação do PS no poder”.

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Ainda faltam quatro anos para as eleições legislativas e daqui a dois anos há novas diretas no PSD, mas Luís Montenegro apresenta-se aos militantes com o objetivo de preparar desde já o partido para vencer as eleições de 2026. Montenegro deixa claro que a missão do partido é “liderar a alternativa política ao Socialismo e ao PS” e que não vai distrair-se com “discussões estéreis a propósito de um imaginário e extemporâneo diálogo com partidos como o Chega”.

Luís Montenegro deixa, no entanto, essa possibilidade em aberto, dizendo que consigo na liderança “o PSD não se vai descaraterizar, mas também não será cúmplice da perpetuação do PS no poder” escreve em destaque na moção de estratégia global.

No documento, o antigo líder da bancada parlamentar propõe a criação do Movimento Acreditar, que segue o modelo dos Estados Gerais com personalidades independentes, e que tem como missão elaborar o programa eleitoral nos próximos dois anos.

Mas até às legislativas ainda há eleições regionais na Madeira e nos Açores, e aqui o objetivo é manter as maiorias absolutas nos parlamentos regionais “respeitando as opções pré e pós-eleitorais que os órgãos regionais do partido entenderem seguir” lê-se no texto da moção enviada à Renascença.

No que toca às eleições europeias daqui a dois anos, a meta é a de tornar o PSD no partido mais votado. Para as autárquicas de 2025 vai ser constituída desde já uma equipa de coordenação porque também aqui o PSD quer recuperar a liderança da ANMP e da ANAFRE.

A moção de estratégia com que Luís Montenegro se apresenta nestas eleições para a presidência do PSD, reconhece que o partido está a passar por dificuldades, perdeu eleitorado, perdeu a capacidade de envolver os quadros mais dinâmicos da sociedade e “não tem sido suficientemente capaz de dar voz aos legítimos descontentamentos com os fracassos de décadas de (des)governação socialista”.

Luis Montenegro quer ainda transformar o partido propondo a criação de uma academia de formação política e “transformar o Conselho Estratégico Nacional no grande “think-tank” do espaço não socialista”.

Taxa máxima de IRS de 15% até aos 35 anos

O candidato à liderança do PSD apresenta, nesta moção de estratégia, sete prioridades para o país. A primeira sobre as prioridades do estado onde defende uma reforma das forças armadas que passa por melhores salários e a modernização dos equipamentos militares.

Também o Serviço Nacional de Saúde deve ser, na opinião de Luís Montenegro, melhor gerido e devem ser “reforçados os cuidados universais de saúde, investir na prevenção” e “indispensável a atribuição de um médico a cada família”.

A educação e o crescimento económico são outras prioridades para o candidato à liderança do PSD para além de uma agenda geracional onde é defendido uma taxa máxima de IRS de 15% para os jovens até aos 35 anos, de forma a fixar o talento no nosso país.

A coesão territorial e a transição climática e tecnológica são outras prioridades que Luís Montenegro inscreve nesta moção de estratégia.

As eleições diretas no PSD que vão escolher o sucessor de Rui Rio são no dia 28 de maio.

Luís Montenegro formalizou esta quinta-feira a sua candidatura à liderança do PSD. O antigo líder parlamentar entregou 2.800 assinaturas e anunciou Miguel Albuquerque como mandatário.

O presidente do governo regional da Madeira esteve na sede do partido onde foi formalizada a candidatura.

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  • José J C Cruz Pinto
    13 mai, 2022 ILHAVO 08:19
    ... Para que não haja mesmo qualquer diálogo com o "Dito-Cujo".
  • José J C Cruz Pinto
    13 mai, 2022 ILHAVO 03:50
    Seremos certamente muitos mais a não querer ser cúmplices da chegada deste "cromo" ao poder.

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