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Acolhimento de refugiados. Marcelo não tinha "informação específica" sobre caso de Setúbal

12 mai, 2022 - 12:00 • Diogo Camilo

Secretas garantiram, em audição à porta fechada no Parlamento, que o Presidente da República recebeu relatórios com nomes de cidadãos russos a operar a Portugal, que incluíam Igor Kashin. Marcelo diz que só soube do caso pela comunicação social.

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O Presidente da República voltou a pronunciar-se sobre a situação do acolhimento de refugiados em Setúbal. Marcelo Rebelo de Sousa esclareceu, esta quinta-feira, que só soube do caso pela comunicação social, desconhecendo que o líder da comunidade russa em Setúbal, Igor Khashin, estava a ser monitorizado pelo Serviço de Informações e Segurança (SIS) desde 2014.

Em nota na página da Presidência, Marcelo indica que “não dispunha de informação específica sobre intervenções estrangeiras em associações ou estruturas de acolhimento a refugiados”, contrariando informações que foram transmitidas pelo Conselho de Fiscalização dos Serviços de Informações numa audição à porta fechada no Parlamento.

Nesta reunião, segundo o Correio da Manhã, as secretas garantem que foram enviados a Costa e Marcelo relatórios relativos a 2021 que já faziam referência a uma guerra na Ucrânia e incluíam nomes de entidades e cidadãos russos a operar em Portugal que estavam no “radar das secretas” como a Associação de Emigrantes de Leste (Edintsvo), dirigida por Igor Khashin.

Na audição à porta fechada, os Serviços de Informações deram conta de que a espionagem e contra espionagem ligada ao Kremlin estão muito ativas em Portugal desde a anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014.

Em declarações esta quarta-feira, em Vila Real, António Costa não confirmou que as secretas estivessem a vigiar Kashin e disse desconhecer qualquer ligação deste a Putin: “Ouvi dizer, mas não tenho nenhum dado que o confirme.”

O primeiro-ministro lembrou que “toda a atividade dos serviços de informações é secreta”, referindo que “a generalidade dos relatórios” é entregue ao chefe de Governo e que apenas alguns casos em que se justifica é que são enviados ao Presidente da República.

Também na quarta-feira, Marcelo afirmou que era necessário esperar pelo desenrolar dos acontecimentos e acrescentou que não se irá pronunciar sobre quem a Assembleia da República deve chamar para falar no Parlamento sobre o caso.

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