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Novo Governo

Helena Carreiras. Nova ministra da Defesa é académica especializada em sociologia militar

23 mar, 2022 - 21:28 • Lusa

Sucessora de João Gomes Cravinho foi a primeira mulher a dirigir o Instituto da Defesa Nacional.

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A nova ministra da Defesa, Helena Carreiras, é especialista em sociologia militar e professora universitária, com obra publicada sobre as mulheres nas Forças Armadas, e foi a primeira mulher a dirigir o Instituto da Defesa Nacional (IDN).

Maria Helena Chaves Carreiras nasceu em Portalegre em 1965, é licenciada em Sociologia pelo ISCTE e doutorada em Ciências Sociais e Políticas no Instituto Universitário Europeu, em Florença, com uma tese sobre políticas de integração de género nas Forças Armadas dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Assumiu em 05 de julho de 2019 a direção do IDN, sendo a primeira mulher a chefiar aquele instituto, e vai cessar funções no Instituto da Defesa Nacional pouco depois de cumprir metade dos cinco anos de mandato.

A professora associada no ISCTE -- Instituto Universitário de Lisboa nas áreas da Sociologia, Políticas Públicas, Segurança e Defesa, e Metodologia da Pesquisa Social tinha anteriormente exercido funções, entre 2010 e 2012, como subdiretora do IDN, que tem, entre outras, a atribuição de promover a investigação, o estudo e a divulgação das questões ligadas à segurança e defesa e as relações entre civis e militares, realizando cursos, seminários e ações de formação nestas áreas.

Especialista em sociologia militar, Helena Carreiras assegurou a coordenação científica de um estudo apresentado pelo Ministério da Defesa sobre a satisfação organizacional dos voluntários e dos contratados das Forças Armadas, que recolheu testemunhos de 5.136 elementos do Exército, 1.366 da Forças Aérea e 819 da Marinha.

Helena Carreiras foi presidente da "European Research Group on Military and Society" entre 2017 e 2019, e integrou o Conselho do Ensino Superior Militar entre 2011 e 2012. Foi também membro do Conselho Geral do Instituto Universitário Militar entre 2017 e 2020, e fez parte do Conselho Geral do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, entre 2017 e 2019.

Entra a obra publicada destacam-se "Gender and the Military. Women in the Armed Forces of Western Democracies", em 2006, sobre as mulheres nas forças armadas nos países ocidentais, e "Mulheres em Armas. A Participação Militar Feminina na Europa do Sul", em 2002.

Em 22 de março, em entrevista ao Diário de Notícias, Helena Carreiras considerou que "é vital o processo de modernização" das Forças Armadas portuguesas, considerando-a "fundamental" para a credibilidade "nas organizações internacionais" a que Portugal pertence, como, por exemplo, a NATO.

Helena Carreiras considerou também que uma das consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia "foi o reforço da NATO (...), contrariando os diagnósticos mais negativos que lhe haviam adjudicado, mesmo a "morte cerebral"".

"A sua manutenção dependerá do desenrolar da guerra, do cumprimento por parte dos Estados-membros dos compromissos assumidos, incluindo a meta dos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em Defesa", sustentou, na entrevista àquele órgão de comunicação social.

Primeira mulher na pasta da Defesa Nacional, Helena Carreiras sucede a João Gomes Cravinho, que era o titular desde outubro de 2018.

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  • Digo
    24 mar, 2022 Eu 18:40
    Ela vai ter Orçamento reforçado e condições de aceitação popular para modificar de alto a baixo este marasmo que são as F.A. portuguesas. Resta saber se sabe como fazê-lo e se consegue resistir à pressão dos lobbys e dos que só querem promoções e mais dinheiro, porque dar o corpo ao manifesto, aí é alegar que "não se dispõe de meios" ...
  • Cidadao
    23 mar, 2022 Lisboa 23:08
    Não tem nada a ver com ser mulher, mas parece-me que o currículo é mais "politizado" e Tendencioso, que versado em assuntos militares propriamente ditos. Puxa muito para integrações de género, relações sociológicas, coisas que têm importância mas que de momento, não deviam estar na 1.ª linha. Esperar para ver, mas sinceramente, preferia um ministro mais "militar" e menos "sociólogo".

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