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Rio diz que "obviamente" acreditou nos seus secretários-gerais em vez de no Ministério Público

07 fev, 2022 - 20:16

O presidente do PSD afirmou hoje que os dois secretários-gerais que teve enquanto líder "foram condenados na praça pública e absolvidos em tribunal", salientando que "entre acreditar neles ou no Ministério Público" preferiu "obviamente" acreditar nos seus dirigentes.

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Numa publicação na rede social Twitter, Rui Rio refere-se não apenas ao caso de José Silvano, hoje absolvido no chamado processo das "presenças-fantasma" no parlamento, mas também a Feliciano Barreiras Duarte, o seu primeiro secretário-geral e que se demitiu após notícias sobre falsificação de dados curriculares e morada.

"Tive dois secretários-gerais. Ambos foram condenados na praça pública e absolvidos em tribunal. Ambos viram os seus processos de lana-caprina arrastados três anos para gáudio de políticos e comentadores. Entre acreditar neles ou no Ministério Público, acreditei neles. Obviamente!", escreveu hoje o presidente do PSD.

Pouco antes, o atual secretário-geral José Silvano tinha deixado um agradecimento especial a Rui Rio por ter mantido a confiança política e segurado no cargo ao longo dos três anos e meio que durou o processo judicial.

"Com outro líder, um líder fraco que ficasse sujeito àquilo que a opinião pública ou a comunicação social dizia, era mais fácil substituir o seu secretário-geral, como tantas vezes foi pressionado, do que continuar a defender o seu secretário-geral até ao fim", afirmou Silvano, em conferência de imprensa na sede nacional do PSD.

O secretário-geral do PSD José Silvano e a deputada social-democrata Emília Cerqueira foram hoje absolvidos de crimes de falsidade informática de que estavam acusados no chamado processo das "presenças-fantasma" no parlamento.

José Silvano e Emília Cerqueira foram assim ambos absolvidos da prática em coautoria de dois crimes de falsidade informática.

A sentença, proferida pela juíza Ana Sofia Claudino, considerou que não ficou provado que José Silvano tenha instruído a sua colega de bancada parlamentar a assinalar falsamente a presença do secretário-geral do PSD no parlamento nos dos dias 18 e 24 de outubro de 2018.

O tribunal afastou também qualquer intenção de Emília Cerqueira em marcar falsamente a presença de José Silvano no parlamento.

O Ministério Público abriu um inquérito-crime sobre este caso em novembro de 2018, depois de ter sido noticiado pelo Expresso que a deputada Emília Cerqueira registou informaticamente José Silvano como presente em dois plenários quando o deputado se encontrava fora de Lisboa, e o parlamento viria a levantar a imunidade a José Silvano em maio de 2020.

Em abril de 2021, o anterior secretário-geral do PSD Feliciano Barreiras Duarte, que se demitiu em 2018 após notícias sobre falsificação de dados curriculares e morada, viu o processo sobre o estatuto de investigador numa universidade norte-americana arquivado pelo Ministério Público.

Na altura, Rui Rio também assinalou esta decisão judicial no Twitter: "Depois do brutal julgamento público que fizeram a Feliciano Barreiras Duarte temos a decisão judicial. Esta é uma das principais razões pela qual há cada vez menos portugueses de qualidade disponíveis para a vida política", defendeu Rio, numa publicação na rede social Twitter.

"Pobre democracia", acrescentou então o líder social-democrata.

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