Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

IL. ​O partido de um homem só passou a partido com grupo parlamentar

31 jan, 2022 - 02:27 • Sandra Afonso

"Podem contar com a oposição firme da Iniciativa Liberal”, garantiu João Cotrim de Figueiredo, num espaço em euforia: "Passámos de nona força política para quarta força política."

A+ / A-

O partido de um homem só passou a partido com grupo parlamentar

Em Lisboa, mas longe do centro da cidade. A Alfândega de Rocha Conde de Óbidos foi o local onde a Iniciativa Liberal decidiu passar a noite eleitoral.

Não é fácil dar com o local e quem lá esteve sabemos que não foi ao engano. O edifício é amplo e arejado, perfeito para um convívio em plena pandemia, mas, à medida que as horas iam passando, era claro que o espaço não seria suficiente. A sala encheu, para festejar o que já todos esperavam: um resultado histórico do partido.

Em cima da uma da manhã, ainda se festejava: acabava de ser eleito o sétimo deputado do partido. Uma hora antes, num claro discurso de vitória, João Cotrim Figueiredo já tinha destacado esse resultado sem precedentes e, emocionado, lembrava que já não eram os mesmos: a Iniciativa Liberal acordou como partido, mas nesta noite de domingo ia dormir como grupo parlamentar.

Uma máquina apoiou a eleição de meia dúzia (sete, ao início da madrugada), mas muitos mais fizeram questão de animar a noite e fazer a festa em Alcântara. Apesar de isolados, nada faltou: comida, bebida, música e até uma banca com "merchandising" da IL.

A meio da noite, já voavam bandeiras azuis com o "logo" do partido pela sala. O líder dos liberais foi dos últimos a discursar, mas ninguém arredou pé nem a festa arrefeceu, pelo contrário: a euforia foi sempre subindo, trepou pelas paredes, pairava no ar, aqueceu o ambiente e ganhou força a cada deputado eleito.

Ironicamente, o primeiro a garantir um lugar na Assembleia da República foi Carlos Guimarães Pinto, cabeça de lista pelo Porto e antigo líder da IL, que, em 2019, não tinha conseguido ser eleito.

A família liberal está maior, reclamou vitória e prometeu que está para ficar e dar luta ao que temiam ser o outro vencedor da noite: a maioria absoluta do PS.

“O liberalismo funciona e faz falta”

Foi dos últimos lideres partidários a discursar, já em cima da meia noite, numa sede de campanha em festa desde o primeiro minuto.

João Cotrim Figueiredo foi o segundo deputado a ser eleito pela Iniciativa Liberal, depois do cabeça de lista pelo Porto e antigo líder, Carlos Guimarães Pinto. A eleição sucessiva de deputados foi animando a noite, até o Presidente do partido subir ao púlpito, com um claro discurso de vitória.

Para Cotrim Figueiredo, esta noite teve apenas dois vencedores, um deles é “a eventual maioria absoluta do PS”, admitia. Mas deixou também a promessa: "Podem contar com a oposição firme da Iniciativa Liberal”.

"Passámos de nona força política para quarta força política, mostrámos que é possível fazer campanha com clareza de objetivos e coerência de comportamento”, disse

Sem mencionar o Chega, que acabou por arrebatar a terceira posição como força mais votada, o líder da IL sublinhou: "Provámos que é possível ganhar votos sem ser populista, sem ser extremista, e essa é uma vitória da democracia em Portugal."

Os liberais reclamam ainda, uma ideia sublinhada ao longo da noite, responsabilidade directa sobre a descida da abstenção, sobretudo com a chamada dos jovens para a política.

No final, e mesmo antes de concluída a contagem dos votos, Cotrim Figueiredo deixou dois compromissos: que o partido será a “oposição firme, constante e implacável ao socialismo que há tanto tempo nos desgoverna”, prometem ainda continuar a “lutar todos os dias e doutrinar todos os dias, para que os portugueses percebam que o liberalismo funciona e faz falta”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Anónimo
    31 jan, 2022 Lisboa 22:08
    A Iniciativa Liberal quer baixar os impostos, e é compreensível, todos queremos. A questão é, e como está a pensar pagar isso? A Iniciativa Liberal tanto fala noutros países europeus como exemplos, mas esquece-se que nesses países o peso das empresas públicas é bem maior, assim como a percentagem de licenciados. A Iniciativa Liberal propõe a nacionalização de sectores estratégicos, como a EDP e a CTT, para que o Estado possa ter outras fontes de rendimento? A Iniciativa Liberal propõe a nacionalização dos hospitais privados para que os cidadãos possam de facto ir a qualquer hospital? A Iniciativa Liberal propõe a abolição das propinas? Não se pode fazer arroz de cabidela sem o tacho nem a panela.
  • Cidadao
    31 jan, 2022 Lisboa 09:49
    Não se pode deixar de lhe dar parabéns, embora olhando para o seu programa eleitoral, não se perceba bem como concilia uma baixa de impostos com "melhorar a eficácia dos serviços públicos" que vivem desses mesmos impostos. Bem, temos 4 anos para descobrir ...

Destaques V+