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Legislativas 2022

"Acordo de cavalheiros?" Rio admite se for "recíproco", Costa não “especula sobre o futuro”

27 jan, 2022 - 18:44 • Ricardo Vieira, com Susana Madureira Martins e André Rodrigues

O repto foi lançado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros. Augusto Santos Silva sugere um entendimento entre PS e PSD para viabilizar um Governo minoritário após as eleições legislativas do próximo domingo, desde que o Chega fique fora da equação.

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O presidente do PSD, Rui Rio, admite um “acordo de cavalheiros” com o PS para a viabilização do próximo Governo, como sugere o ministro Augusto Santos Silva, mas tem de ser “recíproco”. O líder socialista, António Costa, não “especula sobre o futuro”, mas vai conversar com todos, menos com a extrema-direita.

“Se eu não ganhar as eleições estou disponível para negociar com quem ganhar, no sentido de Portugal não ter que ir para eleições, outra vez, daqui por muito pouco tempo, e garantir a governabilidade”, disse esta quinta-feira Rui Rio.

“Espero que seja recíproco. Ou seja, se for eu a ganhar, que haja da parte dos outros a abertura democrática suficiente para respeitar o resultado eleitoral e negociar numa base séria. Negociar numa base séria é eu não tratar de pedir o impossível para dizer que negociei e não consegui nada”, sublinha o líder do PSD e candidato a primeiro-ministro.

Já o atual chefe do Governo e secretário-geral do PS, António Costa, não esclarece e se revê nas palavras do ministro Augusto Santos Silva, que admitiu à CNN Portugal um “acordo de cavalheiros” entre PS e PSD para cada um deixar o outro governar.


Questionado esta tarde pelos jornalistas no final de uma ação de campanha, em Setúbal, António Costa diz que não especula sobre o futuro e admite apenas dialogar com todos menos com o Chega, como já tinha afirmado em entrevista à Renascença.

“Eu não me vou pôr a especular sobre o futuro. Tenho dito e continuarei a dizer que nós dialogaremos com todos, à exceção do Chega. Temos dialogado, é assim que temos feito ao longo destes seis anos”, afirmou o líder socialista.

António Costa afirma que, nos últimos seis anos de Governo, formou uma “Geringonça” e negociou à esquerda e à direita.

“Tivemos durante quatro anos um acordo escrito com o Bloco de Esquerda, PCP e PEV e não foi isso que nos impediu de continuar a negociar com o PSD em tantas matérias. Nesta legislatura dialogamos com todos também. No Orçamento estivemos a negociar até ao último minuto da votação na generalidade e só tenho pena, e os portugueses têm todos pena, que não tivéssemos prosseguido o diálogo para a fase de especialidade, porque teríamos evitado uma crise política em cima de uma crise pandémica.”


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António Costa recorda que, recentemente, socialistas e sociais-democratas entenderam-se sobre a uma reforma nas Forças Armadas.

“Com o PSD ainda agora fizemos uma reforma muito importante sobre o sistema de comando das nossas Forças Armadas. Nós somos capazes de discutir com todos, para construir soluções, consensos, desde que os portugueses no deem um mandato no próximo domingo para continuar a avançar”, declarou o recandidato a primeiro-ministro.

Nestas declarações em Setúbal, António Costa disse ainda que se considera chocado com as declarações do vice-presidente do PSD, David Justino, que no debate com Augusto Santos Silva na CNN admitiu que os social-democratas não traçam linhas vermelhas em relação ao Chega.

O líder do PSD questiona ainda se um eventual Governo do PSD se deixará condicionar pelo Chega, de André Ventura Este é o facto mais significativo desta campanha, segundo Costa, concluindo que há limites para tudo.

O repto para um entendimento foi lançado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, na quarta-feira à noite. Em declarações à CNN Portugal, Augusto Santos Silva admitiu um “acordo de cavalheiros” entre PS e PSD para viabilizar um Governo minoritário após as eleições legislativas do próximo domingo, desde que o Chega fique fora da equação.

O cabeça de lista do PS pelo círculo fora da Europa defende que “quem ganhar deve formar Governo e quem ficar em segundo lugar deve ser oposição”.

Este acordo impediria um cenário como o que aconteceu em 2015, quando o PSD de Passos Coelho venceu as legislativas, mas o PS fez a “Geringonça” com PCP e Bloco de Esquerda e conseguiu formar Governo.

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