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Legislativas: PAN dispara críticas contra PCP e Bloco

23 jan, 2022 - 19:38 • Lusa com redação

A porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês de Sousa Real, avisou hoje o PCP que está em "claro contraciclo com as preocupações dos mais jovens", caso tenha decidido "ser negacionista" das alterações climáticas.

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"Se o PCP decidiu ser negacionista no que diz respeito às alterações climáticas, só demonstra que está em claro contraciclo com as preocupações dos mais jovens", afirmou a também deputada, à margem de uma visita aos Bombeiros Voluntários da Guarda.

Inês de Sousa Real respondia a perguntas dos jornalistas sobre as críticas indiretas feitas pelo dirigente comunista João Oliveira, no sábado, num comício em Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal, ao referir-se ao PAN como "criações artificiais".

"Quando nos vão aparecendo pela frente aquelas criações artificiais, que não têm adesão à realidade de ambientes e ondas, que vão concentrando, entre PS e PSD, as principais atenções, como se fossem só essas as duas únicas opções", disse João Oliveira.

Na resposta, a líder do PAN considerou que estas críticas "em nada retiram a falta de responsabilidade que a CDU" teve para "deitar abaixo o Orçamento do Estado" e colocar o país com uma "crise política em cima de uma crise socioeconómica e sanitária".

"O PAN não é, de facto, uma ficção, nem as alterações climáticas", vincou Sousa Real, salientando que o partido que lidera tem "sido o único" na Assembleia da República a assumir uma "agenda ambientalista".

Quase sempre sozinha e sem a presença de outros dirigentes ou antigos líderes do partido na campanha, Inês de Sousa Real foi também questionada sobre se está prevista a participação do anterior porta-voz do PAN, André Silva.

"Todos os filiados foram convidados para participar nesta campanha", realçou, referindo que André Silva "apanhou o comboio da paternidade" e que caberá a ele "decidir se quer participar" nas ações de campanha do partido.

Quanto aos bombeiros, a líder do PAN defendeu a valorização de profissionais e voluntários, considerando que a profissão já deveria ser considerada como de "desgaste rápido".

Inês de Sousa Real apontou ainda a necessidade de apostar na prevenção dos incêndios florestais, com políticas de preservação do ambiente e de reordenamento do território, em particular da floresta.

Inês de Sousa Real também apontou a mira ao Bloco de Esquerda (BE), que acusou estar a querer "lavar a mão" ao convidar o líder do PS para uma reunião no dia seguinte às eleições para um acordo.

"Se o Bloco está, de alguma forma, a tentar lavar a mão" da responsabilidade que teve na criação da "crise política em cima de uma crise socioeconómica e sanitária sem precedentes", Sousa Real disse achar "muito bem que esteja, finalmente, disponível para dialogar, se não o fez antes".

No final de um dia dedicado ao interior do país, com passagens por Covilhã, Guarda e Viseu, a dirigente do PAN sustentou que, perante a crise política, "os partidos têm que ter um atitude responsável".

"O PAN tem feito esse caminho do diálogo e de fazer avançar as nossas causas e, depois do dia 30, cá estaremos e não faltaremos ao país, da mesma forma que não faltámos ao longo deste tempo em que estamos na Assembleia da República", sublinhou.
Recusando intrometer-se "em relação à vida dos outros partidos", Inês de Sousa Real frisou que "o PAN nunca se demitiu desse tipo de reuniões nem conversações" para se encontrarem soluções para o país.
Sobre a exploração de lítio, a também deputada manifestou-se contra esta aposta, lembrando que há especialistas que dizem que Portugal "não tem capacidade competitiva com outros países" e propondo, em alternativa, a aposta nas energias renováveis.
A dirigente do PAN alertou que para a Serra da Argemela, nos concelhos do Fundão e da Covilhã, está apontada a criação de uma exploração de lítio "junta às populações", com pessoas a viverem "a 15 quilómetros de uma futura mina".
"Isto põe em causa a qualidade de vida das pessoas, seja pelo ruído das explorações, seja pelas partículas finas que vão andar no ar, seja pela destruição do património natural", acrescentou.
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