Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Elvira Fortunato pede ao PS "política de mais confiança" no financiamento da ciência

12 dez, 2021 - 17:25 • Susana Madureira Martins

A cientista e professora catedrática participa este domingo no Fórum Nacional do PS que está a decorrer na Alfândega do Porto, onde está reunido o estado maior socialista para definir as traves mestras da campanha para as legisaltivas de janeiro, com três temas na agenda: crescimento económico, diminuição das desigualdades e reforço do Serviço Nacional de Saúde

A+ / A-

Elvira Fortunato pede ao PS que decida o financiamento da Ciência "independentemente de quem vier a seguir" no Governo.

A cientista e professora catedrática participa este domingo no Fórum Nacional do PS que está a decorrer na Alfândega do Porto, onde está reunido o estado maior socialista para definir as traves mestras da campanha para as legisaltivas de janeiro, com três temas na agenda: crescimento económico, diminuição das desigualdades e reforço do Serviço Nacional de Saúde.

Logo no arranque da intervenção, Elvira Fortunato a pegar no Programa de Recuperação e Resiliência - tema que se tornou fonte de polémica na campanha para as eleições autárquicas de setembro - para elogiar que através dos projectos de aplicação dos fundos europeus "só o facto de o país ter parado um bocado e as empresas falarem com as universidades já foi bom".

A cientista ligada à área de investigação na área da electrónica do papel falava no arranque do Fórum Nacional "Confie no Futuro", que está a decorrer no Porto e que é promovido pelo PS para assinalar o arranque da pré-campanha para as eleições legislativas de janeiro, onde estão a ser recolhidas ideias para incluir no programa eleitoral do partido.

Uma intervenção de Elvira Fortunato em que a cientista deixou alguns recados para os socialistas que assistem ao painel sobre "Como acelerar o crescimento económico a melhorar o rendimento dos portugueses?", um dos três painéis simultâneos que decorrem no edifício da Alfândega do Porto, nomeadamente sobre o financiamento à ciência.

Para a investigadora os moldes desse financiamento "deviam ser revistos", tendo em conta que "não dependem só do ministério da Ciência, dependem sobretudo do ministério das Finanças", lamentando que "há atrasos muito grandes", dando mesmo o exemplo dos "laboratórios associados que foram avaliados há um ano" e que " assinaram o contrato há duas semanas".

Isto para concluir, segundo Fortunato, que "nos financiamentos de carácter plurianual tem de existir outra política de mais confiança independentemente de quem venha a seguir", ou seja do governo que vier a suceder, por exemplo, ao actual executivo liderado por António Costa.

A ideia é que os governos acabam e "a ciência não vai terminar", daí que "há coisas que são de carácter político, mas outras são de carácter plurianual, ou pluriciclo político, e isto devia ser revisto", conclui a investigadora do Porto, que deixa outro reparo: o da requalificação.

Elvira Fortunato assume que tem sido uma aposta deste governo do PS, mas ressalva que o "Estado devia dar o exemplo" a algo que "não é valorizado" e que são "os doutorados, o funcionário com doutoramento e trabalha na Função Pública não é valorizado", aconselhando a que se "devia valorizar as carreiras altamente qualificadas".

Outra área que deve ser revista segundo a cientista é a da contratação pública em ciência. Elvira Fortunato deu o exemplo da inauguração da nova ala pediatrica do São João e que "foi preciso um despacho" do governo para fazer acelerar o processo, deixando o desabafo de que "então é possível".

A cientista conclui que "tem de existir mais vontade política para que as regras da contratação pública tenha outras regras" e que "só o facto de existir esta burocracia tão grande tira-nos competitividade".

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+