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Costa pede maioria "reforçada, estável e duradoura"

27 out, 2021 - 18:16 • Ricardo Vieira

Perante o cenário de chumbo do Orçamento, primeiro-ministro acredita que "esta vitória da direita seja uma vitória de Pirro".

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O primeiro-ministro, António Costa, disse esta quarta-feira que, perante o chumbo anunciado do Orçamento, espera que seja possível alcançar uma "maioria reforçada, estável e duradoura".

O chefe do Governo falava na Assembleia da República na intervenção final antes da votação, na generalidade, da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).

"Sim, tenho orgulho nestes últimos seis anos", disse António Costa.

O primeiro-ministro disse partilhar "a frustração" com quem votou nos partidos da geringonça. Acredita que "esta vitória da direita seja uma vitória de Pirro".

Espera que esta frustração se possa transformar numa "maioria reforçada, estável e duradoura".

Minutos depois desta intervenção de António Costa, a proposta de Orçamento do Estado para 2022 foi chumbada na Assembleia da República, o que acontece pela primeira vez desde o 25 de Abril.

O momento em que o Parlamento chumbou o Orçamento, pela primeira vez em democracia
O momento em que o Parlamento chumbou o Orçamento, pela primeira vez em democracia

O documento contou apenas com o voto a favor do PS e a abstenção do PAN e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.

Votaram contra os parceiros da "geringonça" Partido Comunista, o Bloco de Esquerda e Os Verdes, além de toda a direita: PSD, o CDS, a Iniciativa Liberal e o Chega.

Já depois do chumbo do OE2022, o chefe do Governo reafirmou à saída do hemiciclo que "o Governo sai desta votação de consciência tranquila e cabeça erguida".

"Nunca voltaremos as costas às nossas responsabilidades e aos nossos deveres para com os portugueses. E queria por isso dar uma palavra de confiança a todas e a todos os portugueses: podem contar com o Governo para continuarmos a assegurar a governação do país mesmo nas condições mais adversas de não dispormos de um orçamento", declarou António Costa.

"A partir de agora, tendo a Assembleia da República tomado esta decisão que não permite avançar nas negociações do Orçamento, cabe exclusivamente ao Presidente da República avaliar esta situação e tomar as decisões que entenda dever tomar", frisou.

"O Governo respeita as competências próprias do Presidente da República, nenhum comentário terá a fazer sobre as decisões do senhor Presidente da República e cá estaremos para fazer o que resultar da decisão do senhor Presidente da República: governar por duodécimos ou ir para eleições", concluiu António Costa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai receber ainda esta quarta-feira o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente da Assembleia da Republica, Ferro Rodrigues.

Os partidos serão ouvidos pelo chefe de Estado no sábado, os parceiros sociais serão recebidos na sexta-feira e o Conselho de Estado foi convocado para 3 de novembro.

Numa declaração aos jornalistas no Parlamento, o líder do PSD, Rui Rio, defendeu a realização de eleições legislativas antecipadas "em janeiro e rápido".

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  • Cidadao
    28 out, 2021 Lisboa 10:13
    Ele quer dizer é "Maioria Absoluta" para o PS. Mas pode tirar o cavalinho da chuva. Tentou 2 vezes, quando a situação lhe era mais favorável e nunca conseguiu. Não era agora, em perda nas intenções de voto, com a crise dos combustíveis e no final das moratórias, já para não falar da reconversão de lideranças em curso na Direita que lhe vai por à frente verdadeiras alternativas e (finalmente) oposição, que o vai conseguir. Pode abrir o Manual da Vitimização e aplicá-lo página por página, mudar o nome para Calimero, culpar os antigos parceiro por tudo, que isso não vai funcionar, pois as pessoas estão fartas destes jogos de políticos que nada resolvem dos problemas das pessoas
  • Leitura
    27 out, 2021 Minha 18:04
    PS, PCP e BE, descem em número de deputados, PSD está dependente de ir a Eleições com Rui Rio - aí ou mantém ou tem ganhos de "poucochinho" - ou com Rangel e aí há-de subir, mas não o suficiente. O CDS desaparece ou quase. As "independentes" a menos que um partido lhes dê a mão, desaparecem. O PAN fica na mesma ou desce. A Iniciativa Liberal sobe. O Chega! ? Será o grande vencedor destas eleições com 15 a 22 deputados eleitos. Maiorias Estaveis não vão existir e o Parlamento vai sair mais retalhado do que está.

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