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PSD fala em "paz contida" e lamenta não ter ouvido Costa sobre crescimento económico

29 ago, 2021 - 15:36 • Lusa

O vice-presidente do PSD, David Justino, considerou hoje que no Congresso socialista foi notória uma "paz contida" ao invés da "paz de espírito" interna referida por António Costa, lamentando que não se tenha falado sobre crescimento económico.

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O social-democrata David Justino falava aos jornalistas à saída do 23.º Congresso dos socialistas que terminou hoje em Portimão, depois de ter ouvido António Costa, que afirmou que o seu partido sai desta reunião magna unido, com paz de espírito no plano interno e mobilizado para "acabar com a pandemia" e promover a recuperação.

"Falou-se muito de uma paz fria. Eu acho que o problema que ressaltou deste congresso é que há uma paz contida ou seja, nem é fria nem é quente, ela está anunciada, está prenunciada mas fica para o próximo. Enquanto António Costa liderar o partido penso que essas pretensões irão conter-se", considerou.

Classificando a reunião magna dos socialistas como um "congresso dos sucessores", orientado para "saber quem é que está na porta de substituição" de António Costa, Justino lamentou não ter ouvido no discurso final do secretário-geral socialista referências a riqueza e crescimento económico.

"O que eu não ouvi e gostava de ter ouvido, porque é bom para o país, é como nós vamos crescer, como é que nós vamos criar riqueza, como é que nós vamos desenvolver o país", referiu.

Justino referiu que os empresários "foram sempre evocados pelas más razoes", lamentando que estes não tenham ouvido uma palavra de apelo.

"Ao custo de poder engajar os seus parceiros à esquerda está a transformar os empresários portugueses numa espécie de vilões que, no fundo, andam só a fazer mal", criticou.

Para o dirigente social-democrata, a parte final da intervenção do primeiro-ministro "foi digamos que o iniciar de uma agenda de negociação com os seus parceiros à esquerda, visando o Orçamento geral do Estado", considerando "evidente" que os socialistas estão "amarrados à esquerda".

O vice "laranja" disse ainda que o PSD nunca se arredou de qualquer entendimento com o PS, pelo contrário.

"O senhor primeiro-ministro e atual secretário-geral do PS já há um ano e tal que afastou qualquer entendimento e, portanto, não creio que haja qualquer novidade relativamente a isso, nem nós estávamos à espera que houvesse", aditou.

No discurso de encerramento do Congresso de Portimão, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro anunciou que o Governo vai aumentar e alargar os abonos destinados às famílias para incentivar a natalidade e para combater a situação de crianças pobres ou em risco de pobreza.

António Costa prometeu também alargar os apoios aos jovens para promover a sua autonomia, desde logo no plano da fiscalidade, e alterar a legislação laboral para desincentivar a precariedade e combater abusos.

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  • Cidadao
    29 ago, 2021 Lisboa 22:13
    O que o PSD diz não ter ouvido do PS, é exatamente o mesmo que o País não ouve ao PSD: como crescer, como criar riqueza, como ter desenvolvimento. Do PSD só ouvimos queixumes que "tinham muitas reformas mas o PS não colabora" . Nada de jeito, porque a única coisa que têm a propor, é uma espécie de Troika 2.0. É por isso que falam em "Reformas" mas nunca dizem claramente quais são. É necessária outra liderança que reafirme a matriz Social-Democrata e se afaste de "Bloco Central de Interesses" de mãos dadas com o PS.

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