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Bloco não confirma se está a negociar com o Governo rever os escalões do IRS

20 ago, 2021 - 18:53

Catarina Martins limita-se a afirmar que o BE nunca fechou as portas a discutir medidas e lembra que as posições do partido sobre o IRS “são bem conhecidas".

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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) não confirma se o partido está a negociar com o Governo medidas para rever os escalões do IRS para a classe média, em resposta à entrevista do primeiro-ministro ao jornal Expresso.

Questionada pelos jornalistas em Faro, após uma reunião com a diretora do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), Catarina Martins afirmou que o BE nunca fechou as portas a discutir “as medidas que consideram fundamentais para o país” e realçou que as posições do partido sobre o IRS “são bem conhecidas e não são de agora”.

“As propostas do Bloco são bem conhecidas: mais progressividade para libertar salários e pensões médias de uma carga fiscal que é de facto muito elevada, mas por outro lado englobar todos os rendimentos do IRS para quem tem altos rendimentos que não provêm do trabalho, pague a sua parte justa de imposta que não tem pago”, afirmou.

Catarina Martins destacou a importância do Serviço Nacional de Saúde (SNS), para o BE, assunto que o primeiro preferiu “não tocar” na entrevista, apontou.

A coordenadora nacional e deputada realçou que o Ministério de Saúde “olha com preocupação” para o último concurso de médicos de família que ficou com “um terço das vagas sem candidato”, quando há “um milhão de pessoas sem médico de família” em Portugal e há “muitos médicos de família na idade da reforma”.

Questões como “fixar os profissionais no SNS, defender o SNS”, garantir as condições para as respostas à doença covid e não covid e para o “funcionamento do SNS”, são assumidas como “fundamentais”.

“O BE tem muita vontade, muita disponibilidade e tem conversado sobre elas, agora precisamos é de resultados”, revelou.

A segurança social e os apoios sociais “fundamentais numa situação de crise pandémica”, o combate à precariedade no trabalho, onde diz ter havido uma “pressão para a descida dos salários”, e onde é “necessária” uma legislação “mais forte e contra o abuso”, são outras ideias que afirmou serem “importantes para o BE”.

“São medidas que estão em cima da mesa, que estiveram o ano passado e continuam a estar, espero que o Governo desta vez tenha mais abertura para negociar”, reforçou.

O Bloco de Esquerda realiza até segunda-feira, 23 de agosto, comícios e ações em várias localidades algarvias e no sábado, 21 de agosto, às 17h30 Catarina Martins visita a mata de Santa Rita, afetada pelo incêndio de Castro Marim e às 21h30 discursa num comício Calçadão de Carteia em frente ao Hotel D. José.

Nas visitas na região, a coordenadora nacional do BE será acompanhada por candidatos locais bloquistas, concorrentes às eleições autárquicas de 26 de setembro.

Em entrevista ao Expresso, hoje publicada, António Costa explica que o Governo está a trabalhar nas alterações aos abonos de família e IRS “numa prioridade clara que é o combate à pobreza infantil”.

Sobre a mexida no IRS, com a criação de mais escalões de forma a aumentar o rendimento da classe média, o governante apontou que essa medida “está inscrita no programa do Governo”.

“É uma matéria sobre a qual não só estamos a estudar, como estamos a conversar com os nossos parceiros e temos de medir se e como”, sublinhou.

Questionado se a medida é aplicada já em 2022, António Costa referiu que o Governo está “a medir”.

“Se me disser que vamos adotar uma única medida, posso escolher se vou mexer nos escalões, se vou aumentar as deduções para todas as crianças… Se me disser que ambas são necessárias, então tenho de compatibilizar o quadro orçamental”, apontou.

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