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Votação no Parlamento

Assessora de Rui Rio indicada para Conselho de Opinião da RTP

11 mar, 2021 - 06:48 • Paula Caeiro Varela , Eunice Lourenço

Florbela Guedes e Rui Rio têm sido muito críticos dos programas de comentário político nas televisões. Felisbela Lopes e Simonetta Luz Afonso são indicadas pelo PS.

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A diretora de comunicação do PSD, Florbela Guedes, é uma das candidatas indicadas pelo seu partido para o Conselho de Opinião da RTP. É um dos 10 nomes que vão ser votados esta quinta-feira no Parlamento.

O Conselho de Opinião da RTP é composto por 32 elementos, sendo 10 eleitos pelos deputados por método de Hondt. Os restantes nomes são indicados por organizações da sociedade civil.

Os nomes indicados pelo PSD são o ex-deputado José Carlos Barros, a ex-jornalista da RDP e ex-diretora do Primeiro de Janeiro Nassalete Miranda, Florbela Guedes e Paulo Faustino.

O PS, por seu lado, indica a investigadora e professora universitária Felisbela Lopes, que há 11 anos foi vetada para provedora do telespetador pelo Conselho de Opinião da RTP e reconduz Estrela Serrano, antiga assessora de Mário Soares na Presidência e ex-membro da Entidade Reguladora para a Comunicação (ERC).

Os restantes nomes indicados pelo PS são a museóloga Simonetta Luz Afonso, antiga presidente da Assembleia Municipal de Lisboa e que integrou o primeiro Conselho Geral Independente (CGI), a professora e investigadora Maria Inácia Rezola e o jornalista Fernando Pinheiro Correia.

O Bloco de Esquerda (BE) candidata o psicólogo Paulo Mendes e o PCP indicou o técnico de comunicação Fernando Correia.

Incómodo no grupo parlamentar

A escolha de Florbela Guedes gerou, ao que a Renascença sabe, algum incómodo no grupo parlamentar, onde ainda hoje alguns deputados não aceitam bem as ordens recebidas para sujeitar qualquer contacto com a comunicação social a parecer prévio da coordenadora de comunicação do partido.

Contudo, esta não é a primeira vez que o PSD indica um assessor para o Conselho de Opinião da RTP. Em 2016, a escolha o histórico assessor Zeca Mendonça foi um dos nomes escolhidos pelo PSD.

Tanto Florbela Guedes como Rui Rio têm sido bastante críticos dos programas de comentário televisivo. Ainda esta quarta-feira, o presidente do PSD voltou a questionar os critérios de escolha para os comentadores políticos.

Na conferência de imprensa em que deu conta do audiência com o Presidente da República sobre a renovação do estado de emergência, Rui Rio foi questionado sobre o que Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa disseram sobre os perigos que a democracia corre ou não.

Rio disse que a democracia não está em perigo e que a expressão “democracia amordaçada” usada por Cavaco Silva é uma questão de português. Contudo, o líder do PSD afirmou que “há alguns episódios em que há um exagero de controlo por parte do Governo”. Deu os exemplos do caso do procurador europeu e da ida de Mário Centeno para o Banco de Portugal. “Não são os melhores exemplos em termos de separação de poderes e de controlo democrático”, afirmou.

“Depois há uma área em que para mim é absolutamente evidente – se é asfixia se é Portugal amordaçado, seja o que for – que é a área da comunicação social”, continuou Rui Rio, deixando bem claro o que o incomoda: “Quando abrimos as televisões e vemos os programas de comentário – não estou a falar de jornalismo, estou a falar de comentário – identifiquem lá comentadores que não sejam afetos ao PS ou, quando não são afetos ao PS e têm a ver com o PSD não sejam contra a direção do PSD.”

Também recentemente Florbela Guedes lamentou que os comentadores televisivos sejam geralmente críticos do líder o PSD.

"Acho que aquilo que ainda continua a ser um grande influenciador são os canais generalistas, só que a informação muitas vezes já foi um bocadinho enviesada pelos comentários”, afirmou, no sábado, na academia de formação para mulheres do PSD.


Entre as competências do Conselho de Opinião da RTP está a escolha dos provedores do telespetador e do ouvinte, a apreciação dos planos de atividade e do orçamento da RTP, a avaliação do cumprimento do serviço público de rádio e de televisão.

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