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Críticos de Francisco Rodrigues dos Santos querem congresso antecipado

27 jan, 2021 - 00:00 • Paula Caeiro Varela , Susana Madureira Martins , Sérgio Costa

Líder do CDS foi eleito há um ano e considera ter tido vitórias eleitorais nas regionais e nas presidenciais.

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Um ano depois de Francisco Rodrigues dos Santos ter chegado à liderança do partido, os críticos da sua direção avançam com um pedido de congresso antecipado. A noite das eleições presidenciais do passado domingo parece ter sido o momento pelo qual esperava a oposição interna, que vai avançar com o pedido de um conselho nacional para convocar um congresso antecipado.

Sem ter apresentado candidato próprio, o presidente do CDS foi o primeiro a reclamar a sua parte na vitória de Marcelo Rebelo de Sousa, mas essa leitura não corresponde aquela que é feita por antigos dirigentes e será Adolfo Mesquita Nunes a avançar publicamente com o pedido para devolver a palavra aos militantes.

"O estado do partido é crítico", diz à Renascença um destacado centrista, que considera que a situação se tornou “sistémica” desde a noite de domingo. Os resultados somados do Chega e da Iniciativa Liberal, que apresentaram candidatos próprios, são o sinal de alarme sobre os sinais vitais do CDS.

No artigo publicado no Observador, Mesquita Nunes escreve que “o CDS tem um problema de sobrevivência” que é preciso resolver rapidamente. “Não se trata de uma opinião singular, mas de um juízo consensual: não há ninguém que pense que as coisas estão a correr bem”, escreve o antigo secretário de Estado do Turismo que foi também vice-presidente na direção de Assunção Cristas.

Uma visão muito diferente da que foi expressa na noite eleitoral das presidenciais pelo presidente do CDS.

Francisco Rodrigues dos Santos considera que teve vitórias nos dois atos eleitorais que decorreram neste seu ano de mandato: primeiro, nas eleições regionais dos Açores, que ditaram um resultado que levou o CDS para o governo açoriano, com Artur Lima, presidente do CDS-Açores e um dos vices do partido, a ser o número dois do executivo regional; no domingo, nas presidenciais, com a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa que o CDS apoiou depois de um conselho nacional muito discutido.

Nesse conselho nacional, Adolfo Mesquita Nunes chegou a lamentar que a direção do partido não tivesse aproveitado a sua disponibilidade para concorrer às eleições presidenciais.

Agora, Mesquita Nunes defende a “realização de um Conselho Nacional urgente que discuta se deve devolver a palavra aos militantes através de um congresso eletivo, se necessário em formato digital”, lembrando o congresso que foi realizado há dias pelos democratas-cristãos alemães. “Em poucas semanas será possível fazer esse congresso, se o conselho nacional reunir e assim o deliberar”, acrescenta no artigo com o título “Uma nova força para o CDS”.

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