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​Fundos europeus e direitos humanos. Rio ao lado de Costa contra Rangel e deputados do PSD

16 jul, 2020 - 18:16 • Paula Caeiro Varela

De visita à Hungria, o primeiro-ministro afirmou que a questão dos valores do Estado de Direito não deve ser tratada em conversações sobre o plano de recuperação da UE.

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Depois do repúdio do PSD na comissão parlamentar de Assuntos Europeus e das declarações de Paulo Rangel na Renascença, Rui Rio alinha com o primeiro-ministro, António Costa

As declarações de Paulo Rangel foram inequívocas. No programa "Casa Comum” da Renascença, o eurodeputado considerou que as declarações de António Costa na visita à Hungria são "uma machadada" no Estado de Direito.

Também na comissão parlamentar de Assuntos Europeus, o deputado do PSD Duarte Marques afirmou, em nome do seu partido, que repudiava as declarações de António Costa, "para quem, ao que parece, há valores que se compram", escreveu depois na rede social Twitter.

Mas esta quinta-feira, no final de uma reunião com o Conselho Nacional da Juventude, o líder do PSD alinhou por António Costa quando foi questionado pelos jornalistas.

“Se estivermos a falar de fundos estruturais da União Europeia, os quadros comunitários de apoio, estamos a olhar para países que são membros da União Europeia e, nesse sentido, devemos avaliar o nível de democraticidade interna para pertencer à UE e por essa via receber os fundos estruturais”, disse Rui Rio.

O líder do PSD acrescentou: “a União Europeia já tem problemas que chegue, e todos nós, e Portugal também já tem problemas que chegue, para estar agora a pôr mais uma questão em cima daquelas que já existem. Coisa diferente é olhar de forma estruturada para a União Europeia e em cada momento fazer essa avaliação se se entender que é necessário fazer em algum país em concreto”.

Quando diretamente interrogado sobre se concordava com o primeiro-ministro, o líder do PSD respondeu que, “para efeitos desta crise, se estamos a avaliar a resposta que a Europa deve dar à crise e aos Estados membros, com certeza”.

As declarações da polémica

António Costa esteve terça-feira em Budapeste, onde foi recebido pelo homólogo húngaro, Viktor Orbán, no âmbito das negociações sobre o fundo de recuperação europeia.

Foi no final do encontro que o primeiro-ministro afirmou que a questão dos valores do Estado de Direito não deve ser tratada em conversações desta natureza, relacionadas com o plano de recuperação da União Europeia.

António Costa assina esta quinta-feira um artigo no jornal Público onde justifica a visita ao polémico primeiro-ministro húngaro e, também, as suas declarações, considerando que não seria “responsável, face à crise, prolongar o impasse na negociação dos fundos”.

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