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Rui Rio e o Orçamento. "Não é onde está o Wally, é onde estão os 590 milhões"

09 jan, 2020 - 16:34

Proposta de Orçamento do Estado para 2020 prevê um agravamento fiscal de quase 1.800 milhões em comparação com a proposta de 2018, acusa o líder do PSD. "Orçamento é de continuidade" no "brutal" aumento de impostos.

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O Orçamento do Estado para 2020 prevê um aumento de impostos de quase 1.800 milhões em comparação com a proposta de 2018, acusa o líder do PSD. Rui Rio questionou o Governo com alegadas falhas no documento: "não é onde está o Wally, é onde estão os 590 milhões".

No debate parlamentar na generalidade, Rui Rio considera que o Governo promove um “aumento de impostos brutal em cima daquilo que criticaram há seis anos”, nos tempos de Passos Coelho.

“Diz que este Orçamento é o melhor que apresentou. Eu diria que não é o melhor nem o pior. Antes pelo contrário. Este orçamento é de continuidade no quadro do aumento da carga fiscal”, atirou o líder do PSD, na sua intervenção inicial.

“A carga fiscal neste Orçamento do Estado aumenta 0,2% do PIB. Isto significa que os portugueses vão pagar mais 434 milhões de euros de impostos do que aquilo que pagariam se a carga fiscal ficasse ao nível que estava em 2019”, argumentou.

“Se compararmos a proposta de OE de 2018 com esta, aí, o aumento da carga fiscal é de 0,8% do PIB, ou seja, são 1.740 milhões de euros que os portugueses vão pagar a mais de impostos em 2020 do que aquilo que pagariam se a carga fiscal fosse aquela que os senhores propuseram aqui em 2018”, contabiliza o secretário-geral do PSD. O ministro das Finanças, Mário Centeno, rejeitou os números de Rio.

Minutos antes, o primeiro-ministro, António Costa, tinha referido que este é o melhor Orçamento do Estado dos cinco que apresentou, até agora.

Na resposta, Rui Rio deixa críticas e considera que o melhor Orçamento para os socialistas “é aquele que tem mais carga fiscal”.

O líder do PSD deixou algumas questões ao Governo, nomeadamente como pensa reduzir o endividamento externo do país, sem apoiar as pequenas e médias empresas e o investimento, e onde estão 590 milhões de euros que, na sua leitura, desapareceram dos quadros orçamentais.

"Não é onde está o Wally, é onde estão os 590 milhões", atirou Rui Rio.

De seguida, o líder do PSD interpelou diretamente António Costa. "Eu vou dar uma ajuda ao primeiro-ministro. Eu estou convencido, mas estou mesmo, que o senhor ministro das Finanças até a si o enganou. A minha pergunta não é sequer onde estão os 590 milhões, é se já percebeu também onde estão os 590 milhões ou está como eu. Ainda ninguém entendeu onde estão os 590 milhões de euros".

António Costa respondeu que a questão de Rio "revela bem, não a nossa dificuldade, mas a sua dificuldade. Porque num orçamento onde o conjunto da despesa são 96. 918 milhões de euros, a sua preocupação ser com 0,6% desta despesa diz tudo sobre esta dificuldade em criticar este orçamento."

Sobre a carga fiscal, o primeiro-ministro sublinhou que os portugueses vão pagar menos impostos em 2020: 60 milhões para as pequenas e médias empresas e 50 milhões em IRS para as famílias. Garante que não há alteração nas receitas fiscais, mas sim de um aumento das contribuições sociais através da criação do emprego e melhoria dos rendimentos dos portugueses.

[notícia atualizada às 17h13]

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