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Freitas do Amaral. Marcelo, Ferro e Costa no último adeus ao Professor

05 out, 2019 - 12:35 • Maria João Costa , Marta Grosso

O fundador do CDS morreu na quinta-feira, dia 3 de outubro, aos 78 anos. Governo decretou dia de luto nacional para este que é o dia do funeral.

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O Presidente da República, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República marcaram presença, neste sábado, na missa de corpo presente celebrada no Mosteiro dos Jerónimos pelo bispo auxiliar de Lisboa.

“Hoje volto como Presidente da República e também amigo, recordando o homem, o patriota, o democrata, o europeísta, o espírito universal, o grande professor, o grande jurista e agradecendo, em nome de todos os portugueses e dos milhares e milhares e milhares que com ele conviveram ao longo da vida, de todos os quadrantes da vida nacional, o que foi uma obra e o que foi de facto um serviço a Portugal”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.

Na última noite, Marcelo fez questão de estar no velório de Freitas do Amaral do princípio ao fim.

Diogo Pinto Freitas do Amaral morreu na quinta-feira, aos 78 anos. As cerimónias fúnebres foram marcadas para este sábado, o que levou o Presidente da República a cancelar a sua deslocação a Roma para a elevação de D. José Tolentino Mendonça a cardeal.

Nos Jerónimos, onde se deslocou depois da singela cerimónia de comemoração da Implantação da República, nos Paços do Concelho, Marcelo Rebelo de Sousa destacou aos jornalistas o “homem de coragem” que foi Freitas do Amaral.

“Mostrou coragem em vida, mas mostrou que é muito mais difícil coragem perante a morte. É muito mais fácil ter coragem em vida e ele, numa parte da vida muito difícil, mostrou também coragem perante a morte e isso define os homens de coragem”, afirmou.

Antes, chegou o primeiro-ministro, António Costa, que recordou os tempos em que foi colega de Governo de Freitas do Amaral e se referiu ao exemplo cívico “deste grande estadista” e “notável académico”.

“Queria recordá-lo neste dia, que é um dia importante para o país, em que também celebramos a República e em que temos a alegria de ver um português ordenado cardeal. Mas estes factos não alteram a tristeza e o recolhimento que devemos ter pela figura do Professor Freitas do Amaral, a quem o país tanto deve”, referiu ainda.

Também Ramalho Eanes passou pelo Mosteiro dos Jerónimos para prestar a “homenagem que é devida” ao fundador do CDS.

“Foi um professor ilustre, teve um papel relevante na tradição democrática, nomeadamente com a criação do CDS, como importante foi o seu papel mais tarde, no funcionamento da democracia normal e assumiu funções nacionais e internacionais de grande importância”, referiu o antigo chefe do Estado.

Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República destacou a importância da criação do CDS, “que permitiu que em Portugal, até hoje e esperemos que até amanhã, a extrema-direita não tenha qualquer participação nas instituições democráticas”.

Assunção Cristas, Pedro Santana Lopes e Ribeiro e Castro são outros dos muitos nomes que estiveram nos Jerónimos, além de muitos populares, que quiseram dar o último adeus a Freitas do Amaral.

Nos livros de condolências à entrada, podem ler-se mensagens sentidas de antigos alunos que recordam o professor.

O cortejo fúnebre sai às 13h00 para o cemitério da Guia, em Cascais.

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