30 ago, 2019 - 20:52 • Eunice Lourenço
“Isto é imparável” – ainda a terceira edição do Summer Cemp mal terminou e Sofia Colares Alves, representante da comissão europeia em Portugal já garante uma quarta edição. E até já há locais a quererem receber este encontro de Verão para jovens organizado pela representação da comissão europeia em Portugal, que esta semana decorreu em Monsaraz.
O Summer Cemp nasceu em 2017 como uma iniciativa para aproximar os jovens e as instituições e princípios da União Europeia. Este ano junto 40 jovens e mais de 70 oradores durante quatro dias no Alentejo.
Sofia Alves faz “um balanço muito positivo” desta edição.
“Conseguimos ir mais longe que nos anos anteriores, em dois sentidos: por um lado conseguimos ter temas mais diversos. Nos anos anteriores foram muito focados em temas políticos, em populismos, em Trumps, Putins, Brexit ... desta vez conseguimos levar a discussão também para temas de inovação, ciência, clima, ambiente, cultura, identidades, diversidade, quem somos nós, se nos sentimos europeus ... Por outro lado, conseguimos uma maior diversidade territorial. Os estudantes vêm praticamente de todas a regiões do país e este ano tivemos participantes das ilhas: dois madeirenses e dois açorianos”, enumera Sofia Alves.
“Não tenho dúvida nenhuma que eles vão se multiplicadores fantásticos da União Europeia. Tenho a certeza que vão levar esta experiência para outras experiências no futuro e vão agarrar outras oportunidades de pôr em prática projetos europeus”, acredita.
Quanto à preocupação com o Brexit reconhece que também passou por este Summer Cemp, mas considera que não foi um tema dominante deste encontro que contou com a participação do comissário inglês Julian King, o ultimo membro nomeado pelo Reino Unido para a Comissão. “Estamos um bocadinho mais distantes do referendo, as pessoas já estão mais habituadas, estamos a contar com o Brexit a partir de 31 de Outubro, é para esse cenário que devemos estar preparados”, afirma Sofia Colares Alves à Renascença.
Esta edição do Summer Cemp teve alguma polémica, devido às queixas do PS, mas sobretudo do PCP por não terem sido convidados representantes seus. “Tentamos incluir todos, mas não é possível. Temos um programa que queremos que seja inclusivo de outros participantes que não sejam políticos e gostava de frisar que dos 73 participantes tivemos apenas 12 políticos”, começa por responder a representante da Comissão europeia em Portugal.
A organização não quer que o Summer Cemp seja um acontecimento partidário. Ainda assim, tenta alguns equilíbrios. “Desses 12 políticos, conseguimos cobrir quase todas as áreas, uma grande diversidade de bases ideológicas de diferenças de opinião, mas obviamente não conseguimos cobrir sempre todas, não é possível. No passado o PCP foi convidado duas vezes, veio numa oportunidade, no próximo ano é provável que volte a ser convidado. Este ano convidamos o PAN e o CDS que não tínhamos convidado no ano passado. Isto vai sendo um bocadinho rotativo”, afirma sofia Alves, garantindo que “não foi de maneira nenhuma intencional excluir o PCP”. E promete: “Continuaremos a trabalhar de maneira a termos um maior numero e diversidade possível de visões sobre a União Europeia.”