Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Ministério Público

Esquema do BES para financiar campanha? Cavaco relembra que sempre teve "uma forte aversão a pedir dinheiro"

04 jul, 2019 - 23:42

Esquema basear-se-ia no financiamento através de cheques emitidos por altos responsáveis do BES, que depois teriam sido ressarcidos pelo próprio banco através de contas offshore, contornando assim a lei, que proíbe donativos de empresas.

A+ / A-

Vasco Valdez Matias, diretor financeiro de Cavaco Silva na campanha às eleições presidenciais de 2011, considera que não houve nada de “ilegal” ou “menos transparente” nas contas daquela campanha. O advogado referia-se a um alegado financiamento ilegal noticiado pela revista Sábado, segundo a qual o ex-Presidente terá beneficiado na campanha de “um esquema do Banco Espírito Santo” no valor de 253 mil euros, e que estará a ser investigado pelo Ministério Público.

O esquema basear-se-ia no financiamento através de cheques emitidos por altos responsáveis do BES, que depois teriam sido ressarcidos pelo próprio banco através de contas offshore, contornando assim a lei, que proíbe donativos de empresas. Os contributos individuais não podem exceder os 25.600 euros e têm de ser feitos por cheque.

Segundo Vasco Valdez, “a candidatura recebeu os cheques, contabilizou-os e verificou a sua legalidade. A partir daí” – sublinhou – “nada mais lhe compete. A nossa função termina aí e nada mais nos compete averiguar”. O advogado também considera que, para a candidatura, “não houve qualquer violação da legislação de financiamento”, nem o ressarcimento é um seu problema. “Não conseguimos saber a origem dos donativos”, declarou ainda, considerando-se “muito tranquilo”.

Por sua vez, o gabinete de Cavaco Silva fez saber que o ex-Presidente remetia as explicações para o que havia escrito em 2017 no seu livro “Quinta-feira e outros dias”. No livro, Cavaco Silva escreve que foram Eduardo Catroga e Ricardo Baião Horta quem se encarregou do financiamento da sua campanha “no estrito cumprimento da lei”.

“Foi um apoio que muito valorizei, porque, pessoalmente, sempre tive uma forte aversão a pedir dinheiro para campanhas eleitorais. Nunca o fiz ao longo da minha vida política”, reitera.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+