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Derrocada em Borba. Cristas acusa Governo de nunca assumir responsabilidades

29 nov, 2018 - 23:14

Líder do CDS "estranha" ausência de membros do executivo socialista nas operações de resgate.

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A líder do CDS-PP acusa o Governo de ter como padrão nunca assumir responsabilidades, depois de considerar "estranha" a ausência de membros do executivo socialista em Borba, após colapso de uma estrada.

"Acho estranho que um governo não venha. Há um padrão deste Governo que é nunca tem responsabilidades", afirmou esta quinta-feira a presidente dos centristas, Assunção Cristas, no final de uma reunião com elementos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Borba, no distrito de Évora.

Acompanhada pelos deputados Hélder Amaral e António Carlos Monteiro e por dirigentes distritais do partido, Assunção Cristas vincou que "todas as atenções" devem estar concentradas na "fase de resgate" das vítimas, mas notou que "uma palavra de apreço, uma presença solidária e amiga é exigida a todos".

"Independentemente das responsabilidades e, infelizmente, o primeiro-ministro, quando falou, só estava preocupado com essa parte, há uma outra parte, que é a presença, uma presença para dizer que não estão esquecidos", insistiu.

No caso do CDS-PP, continuou, os seus dirigentes não podem "ajudar no terreno", mas quiseram "mostrar" que estão "atentos a acompanhar as notícias e o trabalho que está a ser feito, a fazer votos para que esta etapa chegue ao final o mais rapidamente possível e a partilhar a dor de familiares, amigos e população".

O encontro, pedido pelo CDS-PP e que decorreu no quartel dos bombeiros, contou com a presença do presidente da Câmara de Borba, António Anselmo, eleito por um movimento independente, que também é dirigente da associação humanitária.

Assunção Cristas explicou que os democratas-cristãos pediram a reunião aos Bombeiros de Borba porque "foram os primeiros a chegar ao local" do acidente e para lhes manifestar "solidariedade, apreço e gratidão" pelo seu trabalho.

"Neles, abranjo todas as entidades que estão ainda em esforços para poderem resgatar as vítimas desta tragédia muito grande", realçou.

A líder do CDS-PP foi questionada pelos jornalistas sobre o apuramento de responsabilidades e o que esteve na origem do acidente, mas indicou que esses assuntos serão para "um outro momento" e que o seu partido irá procurar "contribuir para esses apuramentos".

Assunção Cristas relatou ainda que os bombeiros lhe transmitiram que "nem se consegue, infelizmente, uma previsão de demora até as pessoas serem resgatadas", que "estão várias entidades no terreno a trabalhar" e que "todos estão a dar o seu melhor".

O deslizamento de um grande volume de terras na estrada municipal 255 provocou, no dia 19 deste mês, a deslocação de uma quantidade significativa de rochas, de blocos de mármore e de terra para o interior de duas pedreiras contíguas, causando a morte de dois trabalhadores de uma empresa de extração de mármores - cujos corpos já foram recuperados - e, pelo menos, três desaparecidos, que seguiam em duas viaturas na estrada no momento em que colapsou.

O Ministério Público instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente, que é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação penal (DIAP) de Évora, e duas equipas da Polícia Judiciária estão a proceder a averiguações.

O Governo pediu uma inspeção urgente ao licenciamento, exploração, fiscalização e suspensão de operação das pedreiras situadas na zona de Borba.

A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) também abriu um inquérito para apurar as condições de segurança e saúde dos trabalhadores da pedreira de Borba que foi atingida e estava ativa.

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