13 jan, 2018 - 23:40
Pedro Santana Lopes assumiu a responsabilidade da derrota nas eleições directas para a liderança do PSD, mas disse estar de consciência tranquila e assegurou que vai continuar no combate político.
"Peço a todas e a todos para não estarem tristes (...). Estou de consciência tranquila, demos tudo o que tínhamos e fizemos aquilo que é importante em política: lutar pelos nossos ideais", afirmou, recebendo um forte aplauso dos apoiantes que gritavam "PSD".
Santana Lopes disse que, apesar de ainda não serem conhecidos os resultados finais, já felicitou o seu adversário Rui Rio pela vitória.
"Eu vou continuar a combater politicamente, como alguém disse um dia, só é derrotado quem desiste de lutar", assegurou.
Santana Lopes passou a noite eleitoral das directas do PSD numa suite de um hotel em Lisboa, em frente à sua sede de campanha, tendo descido perto das 22h30, acompanhado pelo mandatário nacional Almeida Henriques e pela família para uma declaração numa sala que recebeu o candidato com gritos entusiasmados "Santana, Santana".
"O PPD/PSD escolheu, fez a sua escolha. Quando me apresentei a 22 de Outubro em Santarém tive ocasião de dizer que apresentava a candidatura para o PPD/PSD escolher entre dois caminhos que iam ser apresentados", afirmou, dizendo ter "orgulho na campanha especialmente intensa" que fez, agradecendo à família e aos seus apoiantes e destacando uma das mais antigas, Conceição Monteiro.
O antigo primeiro-ministro disse esperar que "Portugal fique bem servido com esta escolha", considerando que os militantes do PSD "saberão na sua avaliação democrática qual era e qual é a melhor solução" para o partido e para o país.
"Dei tudo o que sou capaz de dar para expor essas diferenças, para as pessoas estarem conscientes do que representa um e outro caminho", assegurou.
Dizendo que os resultados variam de distrito para distrito, Santana Lopes deixou as avaliações para os analistas, mas afirmou uma certeza: "A responsabilidade é naturalmente minha".
O antigo primeiro-ministro salientou que a sua candidatura partiu depois da do seu adversário, há cerca de três meses, mas considerou que isso não pode ser apontado como uma desculpa.
"O que importa é ver que Portugal precisa que os seus partidos políticos estejam cada vez mais próximos das pessoas", afirmou, dizendo esperar que algumas das suas ideias possam vingar, como da importância de Portugal crescer acima da média europeia.
Numa declaração de cerca de dez minutos, Santana Lopes apelou ao próximo líder do PSD e dos outros partidos que olhem para o país como um todo, considerando que a coesão territorial deverá ser a principal prioridade.
O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio foi hoje eleito presidente do PSD com 54,37% dos votos, com uma diferença de cerca de 10 pontos percentuais para Pedro Santana Lopes, informou o partido.
Rui Rio será o 18.º presidente do PSD desde o 25 de Abril de 1974, sucedendo a Pedro Passos Coelho, eleito em 2010.