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Dirigente do PS ataca “aproveitamento politiqueiro” do Presidente da República

26 out, 2017 - 12:58

Crítica do dirigente nacional e deputado Porfírio Silva publicada na rede social Facebook.

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O dirigente socialista Porfírio Silva criticou, esta quinta-feira, o teor da comunicação ao país feita pelo Presidente da República na sequência dos incêndios da semana passada, considerando que se tratou de "um inaceitável aproveitamento politiqueiro" de uma tragédia.

Esta posição de Porfírio Silva, membro do Secretariado Nacional do PS, consta de um texto por si colocado na rede social Facebook, embora, em declarações à agência Lusa, tenha defendido que, apesar deste episódio, "não deve haver uma mudança global de atitude nas relações entre o Presidente da República e o Governo".

Para as suas críticas a Marcelo Rebelo de Sousa, Porfírio Silva partiu da notícia hoje divulgada pelo jornal "Público" com o título "Governo chocado com Marcelo: As coisas estavam combinadas".

"[António] Costa informou o Presidente [da República] da data das demissões no MAI [Ministério da Administração Interna] e das medidas que avançariam, garante fonte do Governo", é ainda referido no mesmo jornal.

O membro do Secretariado Nacional do PS concluiu então que Marcelo Rebelo de Sousa "terá aparecido a exigir com voz grossa aquilo que já lhe tinha sido comunicado que estava preparado".

"Há que dizê-lo com clareza: Isto configura um inaceitável aproveitamento politiqueiro de uma enorme tragédia que o país viveu e vive. Não pode um órgão de soberania usar as tragédias humanas para passar rasteiras a outro órgão de soberania. Perante este pano de fundo, ainda aparece a uma luz mais sombria o inaceitável espectáculo de emoções que alguns escolheram dar nestes dias", sustenta Porfírio Silva no ‘post’ colocado na rede social Facebook.

Em declarações à agência Lusa, o membro da direcção do PS manteve as críticas ao chefe de Estado, mas defendeu que "não deve haver uma mudança global de atitude nas relações entre o Presidente da República e o Governo".

"Deve haver uma relação institucional positiva entre o Presidente da República e o Governo - e o Presidente da República também tem feito por isso. Mas, temos a liberdade de, em cada momento, avaliarmos as atitudes de cada um, expressando-a", acrescentou Porfírio Silva.

Na mensagem que dirigiu na semana passada ao país, feita a partir da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, o Presidente da República advertiu que usará todos os seus poderes contra a fragilidade do Estado que considerou existir face aos incêndios que mataram mais de 100 pessoas, e defendeu que se justifica um pedido de desculpa.

Marcelo Rebelo de Sousa prometeu que "estará atento e exercerá todos os seus poderes para garantir que onde existiu ou existe fragilidade, ela terá de deixar de existir".

Depois, exigiu uma "ruptura" com o passado e aconselhou "humildade cívica", afirmando: "É a melhor, se não a única forma de verdadeiramente pedir desculpa às vítimas de Junho e de Outubro - e de facto é justificável que se peça desculpa".

O chefe de Estado defendeu ainda que é preciso "abrir um novo ciclo", na sequência dos incêndios de Junho e do dia 15 de Outubro, e que isso "inevitavelmente obrigará o Governo a ponderar o quê, quem, como e quando melhor serve esse ciclo".

Comentários
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  • MASQUEGRACINHA
    26 out, 2017 TERRADOMEIO 19:09
    O tigre nunca perde as riscas... nem as garras. O querido Marcelo é o mesmíssimo da história da "vichysoise", lembram-se?, em que o P. Portas fez completa figura de parvo - ia buscar lã e saiu tosquiado. E, muito recentemente, também fez voz grossa com o Centeno, no caso dos sms trocados (ou não) com o Domingues da Caixa - e também de maneira aparentemente despropositada, uma vez que já teriam existido contactos e conversas sobre o assunto com ele. Mesmo durante a campanha eleitoral, vieram a lume algumas suas curiosas idiossincrasias, como a hipocondria e a hiperactividade, mas sobretudo um pendor acentuado para as farsas e maquiavelismos. Mas, na verdade, propósitos não faltam ao Marcelo. O Marcelo, que nunca conseguiu ser mais do que um político inconsequente, transformou-se numa agenda ambulante de um único objectivo: deixar marca na História de Portugal, qual novo Marquês de Pombal. A boa coabitação com o governo, apesar de um indisfarçável ambiente de picardia, foi sempre um meio para atingir esse fim principal. As tragédias que se abateram sobre o país constituem a sua grande janela de oportunidade para brilhar, para mostrar a rectidão, a inflexibilidade, a seriedade que só os grandes estadistas possuem. Como bem se sabe, quanto mais empurramos os outros para a sombra mais iluminados parecemos; e surpreender o outro é, na verdade, um método vulgar de controlo. Daí o aparente despropósito dos sermões públicos sobre assuntos já discutidos, e acordados, em privado.
  • MASQUEGRACINHA
    26 out, 2017 TERRADOMEIO 19:09
    O tigre nunca perde as riscas... nem as garras. O querido Marcelo é o mesmíssimo da história da "vichysoise", lembram-se?, em que o P. Portas fez completa figura de parvo - ia buscar lã e saiu tosquiado. E, muito recentemente, também fez voz grossa com o Centeno, no caso dos sms trocados (ou não) com o Domingues da Caixa - e também de maneira aparentemente despropositada, uma vez que já teriam existido contactos e conversas sobre o assunto com ele. Mesmo durante a campanha eleitoral, vieram a lume algumas suas curiosas idiossincrasias, como a hipocondria e a hiperactividade, mas sobretudo um pendor acentuado para as farsas e maquiavelismos. Mas, na verdade, propósitos não faltam ao Marcelo. O Marcelo, que nunca conseguiu ser mais do que um político inconsequente, transformou-se numa agenda ambulante de um único objectivo: deixar marca na História de Portugal, qual novo Marquês de Pombal. A boa coabitação com o governo, apesar de um indisfarçável ambiente de picardia, foi sempre um meio para atingir esse fim principal. As tragédias que se abateram sobre o país constituem a sua grande janela de oportunidade para brilhar, para mostrar a rectidão, a inflexibilidade, a seriedade que só os grandes estadistas possuem. Como bem se sabe, quanto mais empurramos os outros para a sombra mais iluminados parecemos; e surpreender o outro é, na verdade, um método vulgar de controlo. Daí o aparente despropósito dos sermões públicos sobre assuntos já discutidos, e acordados, em privado.
  • Rui
    26 out, 2017 Lisboa 19:05
    De Pedrogão a Outubro passaram se meses nessa altura que não morreu ninguém nos incêndios o governo foi duma eficácia extrema querem ver, não, mais de 500 incêndios num dia nunca haveria meios para ocorrer a tamanha desgraça com este governo ou com outro qualquer.
  • leonel
    26 out, 2017 lisboa 18:13
    Não é o povo que está com Marcelo. São os Marcelistas. Há centenas de milhares de portugueses que ficaram desempregados, que perderam as casas,que ficaram na miséria, com cortes e impostos, que estão à espera do abraço que deu às vítimas dos incêndios. Marcelo era comentador na desgraçado governo de coelho e cristas, mas alguém se lembra de ter ido dar um abraço as pessoas que estavam na fila da sopa dos pobres? Não! Era outro Maecelo.
  • SERGIO OLIVEIRA
    26 out, 2017 BELEM PARA BRASIL 17:16
    O GOVERNO DO PS DEVIA ESTAR PREOCUPADO COM AS VITIMAS DOS INCÊNDIOS, GRANDE PARTE FRUTO DA INCOMPETÊNCIA DE SUA ADMINISTRAÇÃO. O PRESIDENTE MARCELO AGE, COMO AGE DESDE DE SEMPRE, É DE SUA NATUREZA ! ALÉM DISSO, É OBRIGAÇÃO DELE COBRAR O GOVERNO PELO DESCASO . A NAÇÃO PORTUGUESA TEM PELO PRESIDENTE GRANDE APREÇO, COISA QUE PARECE INCOMODAR O GOVERNO, DIGA-SE DE PASSAGEM , OS ADJETIVOS QUE O PS CLASSIFICOU O PRESIDENTE EM SEU SITE FORAM DE UMA ENORME FALTA DE RESPEITO E EDUCAÇÃO !
  • Cidadao
    26 out, 2017 Lisboa 16:07
    Mesmo que o tenham avisado, não quer dizer que fossem fazer alguma coisa. De Pedrogão até agora passaram 4 meses e nada fizeram e depois houve nova tragédia. Falharam e continuaram a falhar. O resto é semântica. Só começaram com alguma actividade, após o discurso-choque do PR. Até aí, estava tudo na Modorra habitual... E dêem-se por muito felizes por ser Marcelo, o Presidente. Ou preferiam talvez lidar com Cavaco Silva? A esta altura, já estavam na Rua não sei há que tempos, e o Parlamento dissolvido.
  • antónio
    26 out, 2017 Portalegre 15:38
    Força Marcelo, o povo está contigo. Acho que atuou muito bem.
  • João Lopes
    26 out, 2017 Viseu 13:13
    O governo social-comunista tem promovido a deterioração dos serviços públicos, através de cativações “selvagens”. Os funcionários públicos podem levar mais dinheiro para casa mas não conseguem garantir o mesmo serviço. Nota-se especialmente na Saúde onde o atraso nas consultas e nas operações, deixam abandonados e desprotegidos os mais pobres...

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