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Patriarca contra referendo à despenalização da eutanásia

03 fev, 2017 - 22:21

"A vida humana é realmente inviolável. Isto está na Constituição, não precisa nem deve ser referendado", afirma D. Manuel Clemente.

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O cardeal patriarca de Lisboa considera que uma matéria como a eutanásia não deve ser referendada.

Questionado sobre se é uma matéria que deve ser tratada com uma consulta popular, D. Manuel Clemente diz que o caminho não deve ser esse.

“É uma das hipóteses que está na nossa Constituição e na nossa lei, mas não é uma hipótese para olhar desde já. O que temos de olhar desde já é o reforço das convicções, seja no Parlamento, seja na sociedade portuguesa. A vida humana é realmente inviolável. Isto está na Constituição, não precisa nem deve ser referendado.”

À margem dos 50 anos da Universidade Católica Portuguesa, o cardeal patriarca de Lisboa sublinhou que a Constituição é clara nesta matéria e que, por isso, este é um debate inoportuno.

“Não devia fazer sentido, numa sociedade que também politicamente se rege por uma Constituição, cujo artigo 24 diz taxativamente: ‘a vida humana é inviolável’. Isto também é a lei de Deus para quem é crente, mas é o artigo 24 da Constituição da República. Pela positiva, quer dizer acompanhada da concepção até à morte natural e por nós todos, não deixarmos que uma pessoa, que por fraqueza física ou de outro género qualquer, porque está cansada ou desgostada, ficar sozinha, encerrada em si próprio e pedir a morte, porque isso é um atestado negativo para a própria sociedade”, adverte D. Manuel Clemente.

O Parlamento debateu esta semana uma petição do movimento “Direito a morrer com dignidade”, a defender a despenalização da eutanásia.

O Bloco de Esquerda, “Os Verdes” e o PAN vão apresentar projectos de lei sobre o assunto.

O CDS é contra a despenalização da eutanásia e anunciou a apresentação de um diploma em defesa da dignidade das pessoas em fim de vida.

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  • João Lopes
    04 fev, 2017 Viseu 19:29
    A eutanásia e o suicídio assistido são diferentes formas de matar. Os médicos e os enfermeiros existem para defender a vida, não para matar nem serem cúmplices do crime de outros.
  • Manuel de Jesus
    03 fev, 2017 Porto 22:37
    Senhor Dom Manuel Clemente... Por que razão é que a sua Igreja, mastiga as palavras, e não fala do Espírito, criado por DEUS à Sua Imagem e Semelhança, de como ele evolui, do porquê dele ter de vir à Carne, à Encarnação e sucessivas Reencarnações, se elas lhe são obrigatórias? Quando é que a sua Igreja Ressuscita a Reencarnação? Quando é que vos desamarrais da Imperatriz Teodora? Fala o Senhor na Constituição!? Óptimo! Muito bem! Então diga aos Senhores Deputados da AR que o Bem VIDA é RESERVA ABSOLUTÍSSIMA DE DEUS e de QUEM a VIVE, seja como a QUEIRA VIVER, seja como a NECESSITE VIVER, de acordo com a Lei de Causa e Efeito, ouvido o Conselho Cármico. Sim, ou o Senhor pensa que nascer deficiente é por brincadeira? O Senhor ficará admirado, por tudo o que inventastes, que o CRISTO esteja a dizer que o vosso Novo Testamento tem muito pouco d'Ele? Ficará? E se Ele estiver a dizer isso e muito mais? Como é que o Senhor fica? E como fica a sua Igreja? Que CRISTO seguis?

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