05 set, 2016 - 22:36
A crise política no Brasil, com a destituição da Presidente Dilma Rousseff, não vai afectar as relações com Portugal, garantiu o primeiro-ministro, António Costa, que esta segunda-feira iniciou uma visita oficial que o vai levar a São Paulo e ao Rio de Janeiro.
Em declarações à agência Lusa à chegada a São Paulo, António Costa sublinhou que as relações entre os dois países "são seculares e não têm a ver com conjunturas".
"Desde que Pedro Álvares Cabral chegou a Porto Seguro já tivemos muitas crises, muitos momentos de forte crescimento e de recessão, umas vezes de um lado do Atlântico, outras vezes do outro lado do Atlântico ou em simultâneo - e não foi isso que diminuiu as relações entre Portugal e o Brasil. Independentemente do momento de estabilidade que hoje felizmente se vive em Portugal e do momento político que se regista no Brasil, só há boas razões para existirem essas relações seculares", acrescentou em declarações à agência Lusa.
O primeiro-ministro anunciou que Portugal vai lançar, em breve, duas missões de captação de investimento - uma política e outra empresarial - nas principais cidades brasileiras, defendendo que há ainda muitas potencialidades económico-financeiras por explorar.
Sobre os encontros com empresários portugueses e brasileiros em São Paulo, na sua maioria na terça-feira, António Costa destacou a importância da componente económica da visita, "porque Portugal e o Brasil não se podem conformar com a relação económica que têm."
"Tem havido uma melhoria nos últimos 20 anos, mas ainda há muito para avançar. O Brasil é só o nosso 10º destino exportador e é o nosso 11º fornecedor. Tudo justifica que tenhamos uma relação económica em ambos os sentidos bastante mais forte", defendeu o chefe do Governo.
Nesse sentido, António Costa adiantou que, até ao final deste mês, o Governo português terá no Brasil uma missão com o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e com os secretários de Estado para a Internacionalização e da Indústria, que irão estar em São Paulo, Rio de Janeiro e em Belo Horizonte numa acção de captação de investimento.
"Uma acção que será articulada com uma outra com idênticos objectivos da Câmara de Comércio e Indústria de Portugal que logo a seguir terá também uma missão empresarial", disse.
António Costa falava à chega a São Paulo, primeiro ponto do programa da visita de quatro dias ao Brasil, que o levará também ao Rio de Janeiro, onde estará presente na cerimónia de abertura dos Jogos Paralímpicos, participando antes numa recepção promovida pelo presidente do Brasil, Michel Temer.
Nesta visita ao Brasil, António Costa está acompanhado pelos ministros da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes.