02 jun, 2016 - 22:22
A exoneração de Emídio Gomes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) é um “linchamento político” motivado pelo descontentamento de alguns autarcas quanto a fundos comunitários, defendeu esta quinta-feira o presidente da Câmara de Espinho, Pinto Moreira.
O autarca do PSD criticou assim a medida tomada esta tarde pelo Governo de António Costa.
Mas do PS também vieram críticas à decisão e elogios a Emídio Gomes. O presidente da Câmara de Vila Real elogiou a actuação “vertical e transparente” de Emídio Gomes à frente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte.
“Para mim pessoalmente foi um gosto e uma honra trabalhar com o professor Emídio Gomes nos últimos anos. A sua verticalidade, transparência, equidade e dedicação ao Norte e a cada uma das suas sub-regiões será um exemplo para o futuro”, afirmou Rui Santos Lusa.
O agora ex-responsável pelo CCDR mereceu ainda palavras de apoio do presidente da Área Metropolitana do Porto. “Estou muito surpreendido com esta notícia, porque pensava que o tempo dos saneamentos políticos já tinha terminado há muito”, declarou o social-democrata Hermínio Loureiro à Lusa.
“Não me parece que este seja um desfecho feliz para as entidades envolvidas”, acrescentou.
Segundo esse responsável, que é também presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, o “saneamento” fica demonstrado no próprio comunicado do ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, quando esse justifica que Emídio Gomes “é exonerado por incumprimento reiterado das orientações da tutela sobre matérias inerentes ao exercício das suas funções”.
Hermínio Loureiro reconhece ao responsável da CCDRN um desempenho em que, “dentro das suas competências, procurou defender um Norte coeso e unido – sendo certo que nem sempre foi ouvido e compreendido”.
Quanto à nomeação do sucessor de Emídio Gomes, o presidente da Junta Metropolitana do Porto e da autarquia de Oliveira de Azeméis anuncia: “Vou estar muito atento à escolha do futuro presidente da Comissão”.