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Passos atacou "todo o Governo" ao criticar ministro da Educação

09 mai, 2016 - 21:51

Em causa está a polémica em torno da revisão dos contratos de associação com escolas privadas.

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O líder do PSD atacou "todo o Governo" ao falar em interesses na revisão dos contratos de associação com escolas privadas, acusa a ministra da Presidência, que exige explicações Pedro Passos Coelho.

Maria Manuela Leitão Marques assumiu esta posição numa conferência de imprensa na residência oficial do primeiro-ministro, depois de questionada se o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, foi "desautorizado", ou se está "fragilizado", na sequência dos protestos de escolas dos ensino privado e cooperativo face à intenção do Governo de rever o conjunto de contratos de associação.

A titular da pasta da Presidência negou imediatamente: "Não há uma desautorização, esta é uma posição de todo o Governo e como ministra da Presidência não é a primeira vez, e com certeza não será a última, que me cabe exprimir uma posição comum do Governo sobre uma matéria do qual fomos indevidamente acusados de estar a tomar uma decisão com base em interesses, presumido interesses privados", reagiu Maria Manuel Leitão Marques.

Tal como transmitira na véspera o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, Maria Manuel Leitão Marques classificou como "inaceitáveis, carecendo de todo a qualquer fundamento" as palavras proferidas pelo presidente do PSD no sábado passado.

Pedro Passos Coelho "insinuou a existência de outros interesses que não os da educação e das comunidades educativas. O ex-primeiro-ministro deve por isso concretizar as suas graves afirmações - tanto mais graves quanto o trabalho efectuado se pauta por uma absoluta transparência e rigor", contrapôs a ministra da Presidência.

Na conferência de imprensa, a ministra da Presidência respondeu às críticas de directores de colégios e procurou também deixar as garantias de que os contratos de associação "assinados em 2015 - e que se encontram em vigor - serão integralmente cumpridos".

"Assim, os alunos que hoje frequentam turnas com contratos de associação poderão permanecer nos respectivos colégios, como até aqui, até ao final do ciclo. Nenhum aluno será excluído, nenhuma turna será encerrada", declarou Maria Manuel Leitão Marques.

De acordo com a titular da pasta da Presidência, o Governo tem "praticamente concluída" a análise da rede de ensino e esse trabalho, na sua opinião, "permitiu identificar redundâncias, tendo em atenção as questões de proximidade e de capacidade instalada da rede pública".

"Este estudo está a ser feito caso a caso, escola a escola, município a município, de modo a revelar as especificidades de cada situação que serão devidamente tidas em conta na decisão final", disse, aqui em nova resposta a críticas proferidas por responsáveis de escolas dos ensinos privado e cooperativo.

Maria Manuel Leitão Marques contestou ainda a ideia de o Governo se preparar para tomar uma decisão tomada a partir do tipo da pirâmide do Estado, por motivos ideológicos, contrapondo que no processo estão envolvidos delegados regionais do Ministério da Educação e directores de escolas localizadas nas zonas de influência dos colégios.

"É com base nos resultados obtidos que será tomada uma decisão sobre o financiamento público para a abertura de novas turmas de início de ciclo, em escolas privadas, no ano letivo de 2016/2017, apenas onde se registe insuficiência ou carência da rede pública", acentuou a ministra da Presidência.

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  • Vítor
    21 mai, 2016 Lisboa 18:28
    O que este governo está a fazer em relação aos contratos de associação é que já deveria ter sido feito há muito tempo: é gerir um pouco melhor a coisa pública. E não fazer como os Governos anteriores andaram a fazer que foi a alimentar chupistas que enriquecem e compram carros de luxo, às dezenas, à custa dos impostos de todos nós e pagam misérias aos professores que contratam, que são pau para toda a obra, com tarefas que vão de jardineiro, contínuo, chofer e tudo o mais que se possa imaginar
  • viva o xuxialismo
    10 mai, 2016 Santarém 21:37
    Que pena, agora a meninada do governo já não pode ser melindrada, quem não estiver com eles já não é filho de boa gente.
  • Luis
    10 mai, 2016 Lisboa 10:02
    A Caranguejola PaFalhada com o apoio dos seus assalariados escribas tenta mais uma vez intoxicar a opinião publica. Querem que os "mininos" andem em escolas privadas em locais onde há escolas publicas? Andem, mas paguem. Agora querer privilegios à custa de todos nós é querer fazer de todos nós camelos. Quem não tem dinheiro não tem vicios. Esta rebaldaria de defenderem tudo o que é privado à custa de subsidios do Estado tem que acabar em todas as àreas. Há que acabar com a xulice.
  • Vitor Manuel Pereira
    10 mai, 2016 Carregado 09:49
    O que eu posso dizer de experiência de vida é que os professores mandam nos Ministérios e agora com este governo vai ser pior e podem dizer o que disserem enquanto não puserem os professoras na ordem o nosso ensino vai ser uma porcaria para não dizer outra coisa, sei do que estou falar durante vários anos da minha vida tive de lutar contra os lobbies dentro da escola e fora dela , perdi horas a fio em assembleias de escola com discussões sem qualquer conteúdo , várias reuniões passavam a vida a discutir quem teria menos horas por causa dos grupos. Um dia antes de sair da reunião disse-lhes que fizessem bens as contas porque podiam chegar ao fim e não haver professores para dar aulas. Professores sem assinarem as faltas, o livro dos sumários, sei lá mais o quê , se alguém duvidar do que estou a dizer é por é cego. Digo na Escola aonde fui Presidente da Associação de Pais vários anos , o lobbie foi tanto que enquanto não expulsaram a Directora da Escola não descansaram , uma vergonha só visto. Agora a Fenprof quer acabar com os "colégios privados" para continuarmos com estas situações a larga escala. Só tenho de referir uma coisa , dentro deste sistema existem professores excelentes mas infelizmente são poucos, e estão lixados se forem contra os outros, no ano a seguir está a andar. São muito poucos aqueles que se interessam pelos nossos filhos , desculpem a sinceridade mas foi o que eu vivi, e não foi só num estabelecimento de ensino. Obrigado
  • Fernando Cerqueira
    10 mai, 2016 Ponte de Lima 08:27
    se os resultados e os custos fossem corretamente avaliados, talvez os privados fiquem mais baratos. O ministro Mário Nogueira sabe isso
  • Fernando
    10 mai, 2016 Porto 07:59
    chegou o comunismo
  • Jorge Coelho
    10 mai, 2016 Porto 07:44
    Vai por aí uma polémica bacoca! Ainda ontem nas televisões ouvi algumas pessoas ligadas ás escolas privadas dizerem que estão a ser violados princípios da constituição, como o direito á escolha! Acho que mesmo junto daqueles que são pessoas "normais" sem qualquer ligação á política estão a "berrar" por motivos pessoais. vou escrever em maiúsculas para que se entenda: O GOVERNO NÃO IRÁ DENUNCIAR NENUM CONTRATO ASSINADO EM 2015 QUE SE PROLONGARÁ POR 3 ANOS. TODOS OS NOVOS CONTRATOS A ASSINAR ESTE ANO E NO PROXIMO PARA NOVO TRIÉNIO SERÃO ALVO DE AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE PÚBLICA INSTALADA. NINGUÉM NO SEU PERFEITO JUIZO PODE PEDIR AO ESTADO QUE SUBSIDIE OS ESTUDOS DOS NOSSOS FILHOS NO PRIVADO QUANDO EXISTIR ESCOLAS PÚBLICAS CAPAZES E PRÓXIMAS PARA O EFEITO. DEIXEMO-NOS DE CONVERSAS FIADAS, POR FAVOR. NESTE PAÍS EXISTE A INICIATIVA PRIVADA PARA QUEM O ASSIM ENTENDA, MAS NUNCA Á CUSTA DO ESTADO COMO SUBSIDIÁRIO.
  • Baisinger
    10 mai, 2016 Setubal 07:35
    Mais um tiro nos pés.
  • maria
    10 mai, 2016 Lx 06:27
    Viva a geringonça que funciona a favor do povo e do país.
  • joao
    10 mai, 2016 lisboa 04:40
    Até parece que a escola pública que é de graça para o estado ( e contribuintes ) . Não gastam a apoiar quem não pode pagar tudo do seu bolso para andar no privado , têm de o gastar para os ter no público .Um aluno no privado custa mais ao estado do que no público? onde estam os valores para se comparar..?

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