29 abr, 2016 - 09:40 • Susana Madureira Martins
O primeiro-ministro inicia esta sexta-feira uma visita oficial de três dias aos Açores. Além das habituais visitas institucionais, António Costa vai discutir com as autoridades açorianas o plano de revitalização da base das Lajes.
A visita às Lajes é um dos pontos altos da deslocação ao arquipélago, com o primeiro-ministro a não querer ataques ao PSD. Costa deverá insistir na ideia de que os esforços que estão a ser feitos pelo actual Governo, para atenuar o impacto da diminuição do contingente norte-americano na ilha, são uma continuação do que foi feito pelo anterior executivo.
Em São Bento, admite-se mesmo que, sobre a base aérea, é bom que haja consenso entre socialistas e sociais-democratas.
O primeiro-ministro quer ainda apostar tudo num plano de revitalização da ilha Terceira, a que pertence a base. António Costa quer continuar a trabalhar com os Estados Unidos para encontrar outras potencialidades para a utilização daquela estrutura e a intenção é incentivar a fixação de empresas portuguesas na ilha que apostem em parcerias com os norte-americanos, aproveitando as instalações entretanto abandonadas para criar pólos científicos ligados ao mar.
Coloca-se também a possibilidade de eventuais protocolos com universidades dos Estados Unidos.
Mas o plano de revitalização não deverá restringir-se às Lajes. O primeiro-ministro quer que a base aérea sirva de alavanca para criação de emprego e crescimento da economia, não só daquela zona como de toda Terceira.
Visita sem discriminações
Em ano de eleições regionais nos Açores, António Costa desloca-se a quatro ilhas: Terceira, Graciosa, Faial e São Miguel. Consigo leva sete ministros (ministros dos Negócios Estrangeiros, Saúde, Ciência e Tecnologia, Mar, Planeamento, Defesa e o ministro-adjunto) e uma secretária de Estado.
São Bento explica que o facto de a comitiva ser grande e diversificada traduz a importância política que o primeiro-ministro quer dar a esta visita oficial. António Costa quer transmitir aos açorianos e madeirenses que não podem ser discriminados por causa da insularidade e garante que quer voltar às regiões autónomas com maior regularidade do que os seus antecessores.
O programa para estes três dias é apertado. Além da base das Lajes, o primeiro-ministro tem encontro marcado com elementos da CGTP e da UGT no dia 1 de Maio, irá ao arraial e à procissão do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, e terá os habituais encontros institucionais com o governo regional e com a assembleia legislativa dos Açores.