26 fev, 2016 - 17:14
O cartaz do Bloco de Esquerda (BE), com a imagem de Jesus Cristo, em defesa da adopção de crianças por casais homossexuais é "uma ofensa gratuita à sensibilidade de muitos portugueses", afirma o CDS-PP.
"Este cartaz é uma ofensa gratuita à sensibilidade de muitos portugueses, crentes ou não crentes. Em política, como na vida, podemos discordar das ideias dos outros, mas não devemos ofender os sentimentos dos outros", defendeu o deputado centrista Pedro Mota Soares, em declarações aos jornalistas no Parlamento.
Para Pedro Mota Soares, "a liberdade de expressão é uma liberdade total", mas há uma outra coisa a ter em conta, "que é a sensibilidade das pessoas".
"Na minha sensibilidade pessoal, não acho que a maioria dos portugueses se revê neste tipo de atitudes", vincou o parlamentar do CDS-PP, que lembra ainda que o Bloco se afirma "todos os dias como laico" e se permite agora "utilizar imagens religiosas para alegadamente tirar um proveito político" das mesmas.
O antigo ministro da Segurança Social falava depois de o Bloco de Esquerda ter divulgado nas redes sociais um cartaz no qual se lê "Jesus também tinha 2 pais".
A iniciativa bloquista pretende assinalar a data de 10 de Fevereiro de 2016, dia em que o Parlamento confirmou as leis vetadas no final de Janeiro pelo Presidente da República, Cavaco Silva, sobre a adopção por casais homossexuais e as alterações à lei do aborto.
O BE já disse entretanto, em comunicado, que "respeita todas as convicções religiosas", e "com esta iniciativa, pretendeu contribuir, como sempre fez, para, sem tabus, provocar o debate e, neste contexto, assinalar mais um avanço no respeito pela dignidade das pessoas e por todas as famílias".
O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Manuel Barbosa, classificou como "uma afronta aos crentes" o uso de uma imagem de Jesus Cristo na campanha do Bloco de Esquerda em defesa da adopção por casais homossexuais.