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Portas despede-se da liderança do CDS. "Não tenham medo"

29 dez, 2015 - 01:29

Paulo Portas defende que a sua saída do partido não deve ser olhada como "um problema, mas como uma oportunidade". E mostra grande esperança na nova geração de políticos do PP.

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Portas despede-se da liderança do CDS. "Não tenham medo"

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Paulo Portas confirma que não se vai recandidatar à liderança do CDS e aponta três motivos principais. No final de uma declaração emocionada, citou o Papa João Paulo II e pediu aos militantes do partido para não terem medo do futuro.

O tempo que já leva na liderança do CDS, a esperança na nova geração de políticos que ajudou a moldar e o novo ciclo político foram as razões invocadas por Paulo Portas para "passar o testemunho com naturalidade".

Após a reunião comissão política do partido, o líder cessante do CDS disse aos jornalistas, já madrugada dentro, que estar quase 16 anos à frente do partido é "tempo que baste". Está na hora de "abrir espaço a uma nova geração", frisou.

Paulo Portas defende que a sua saída não deve ser olhada como "um problema, mas como uma oportunidade".

"Não quero que o exercício da autoridade por demasiado tempo me faça perder exigência comigo próprio e com os outros. Se me candidatasse agora teria de estar disponível, não para um mandato de dois anos, mas para vários mandatos de vários anos. Isso levaria a minha presidência para lá de 20 anos de exercício, o que não é politicamente desejável", argumentou.

"Nada ficará como dantes"

As eleições legislativas de Outubro marcaram uma viragem no ciclo político e "nada ficará como dantes", salientou. O líder partidário há mais tempo em funções considera que esta é a melhor altura para o CDS escolher um novo presidente.

Lembrando que a coligação PSD/CDS ganhou as eleições, mas foi derrubada no Parlamento pela maioria de esquerda, Paulo Portas argumenta que daqui para a frente "o centro-direita só será Governo em Portugal com maioria absoluta de deputados e qualquer outro cenário é um risco fatal".

"O CDS e o PSD terão de pedalar, inovar e crescer muito. Deixou de ser determinante saber quem vence eleitoralmente o sufrágio. O que conta é quantos deputados soma a e compatibilidade entre programas. No futuro, o chamado voto útil será muito menos relevante e os portugueses darão mais valor a um partido que não é calculista e demagogo", vaticinou durante a declaração aos jornalistas na sede do CDS.

Revelou que, mesmo que o Governo PSD/CDS não fosse derrubado, era sua intenção deixar os comandos do partido. "Quero que saibam que se as eleições de 4 de Outubro tivessem resultado num novo mandato de Governo da coligação, antes do final eu teria, e sobre isso conversei com o presidente do PSD, com tempo e naturalmente, aberto a sucessão no meu partido".

Esperança na nova geração

O líder centrista manifesta "muita esperança na nova geração" do partido. "Sempre puxei pela nova geração do CDS, por quem tinha talento e mérito para valorizar. O CDS tem a melhor geração de novos políticos", salientou.

Para a nova fase que se aproxima, Paulo Portas deixa uma garantia: "O partido fará com total isenção da minha parte uma escolha de futuro, que deve ter toda liberdade para se afirmar".

"À gente do CDS, uma só palavra: obrigado por tudo. O CDS será sempre o partido em que estou filiado, confio e voto", afirmou o antigo vice-primeiro-ministro e actual deputado à Assembleia da República.

A fechar a sua declaração, citou o Papa João Paulo II. "Porventura, a personalidade que mais marcou a minha geração disse um dia: 'Não tenham medo, não tenham medo'. É isso que neste tempo de vésperas, para construir futuro, para passar o testemunho, para confiar em gente com muita qualidade, eu queria dizer em último lugar, como se fosse em primeiro. Não tenham medo, não tenham medo, confiem, o CDS vai ser capaz", concluiu Paulo Portas.

O Conselho Nacional do partido, o órgão máximo entre congressos, reunirá no dia 8 de Janeiro para convocar o 26.º Congresso, e definir o local, a data e os regulamentos da reunião magna dos centristas que estatutariamente é electiva da liderança e teria de realizar-se em 2016.

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  • Luis
    29 dez, 2015 Lisboa 14:27
    O CDS vai desaparecer. Já não há razão para existir. No PSD com Passos Coelho cabe lá tudo quer seja de direira quer seja de extrema direita. Tal ficou demonstrado nestes ultimos quatro anos. Tudo o resto resume-se a tachada.
  • maria
    29 dez, 2015 lisboa 12:32
    Sem Paulo Portas na liderança, a política (e não apenas o CDS)e especialmente a oposição perde força e qualidade. Vamos-lhe sentir a falta. Esperamos que regresse rápido!
  • Octaviano do Porto
    29 dez, 2015 Porto 12:16
    Esta decisão será desta vez irrevogável ?
  • Luís Filipe Oliveira
    29 dez, 2015 Loures 12:03
    É favor não esquecer a palavra , digo ( IRREVOGÁVEL ) sr. Portas Passo e só ouço ruídos.
  • Luis
    29 dez, 2015 Lisboa 11:25
    E a seguir é o Passos...
  • JORGE LISBOA
    29 dez, 2015 braga 11:22
    ACABOU-SE-LHE A MAMA E COMO SEMPRE, COMO POLITICO CALEJADO, FOGE. VAMOS LÁ VER O QUE LHE VÃO BUSCAR CONTANTO PREJUÍZO QUE NOS (CONTRIBUINTES DO POVO) DEU. AGORA DEVE PAGAR, JÁ CONSEGUIU FUGIR AOS SUBMARINOS E AGORA FORA DO GOVERNO VAI CONTINUAR A FAZER SORRISOS FORÇADOS?
  • Calma!
    29 dez, 2015 Lisboa 10:56
    Oh Sr. José, de Portimão. Eu vou gostar imenso de ouvir a sua opinião quando chegar ao fim esta experiência da "geringonça" de esquerda. Mas aí, o Sr. vai provavelmente achar que a nova bancarrota que nos espera é sempre e só culpa, não da "geringonça" de esquerda, mas do anterior Governo. Convenhamos: vós e a vossa "cassete" (ou, na versão mais moderna, o chip que vos colocaram com a lobotomia frontal) são tão repetitivos e cansativos !!! E já agora, por obséquio, não se esqueça de comentar as greves que (não obstante a "geringonça" de esquerda) a CGTP vai continuar a convocar nos transportes de Lisboa, com prejuízo dos mais humildes e sem alternativa. Ah! Claro. Mas o Sr. é de Portimão, por isso tal não lhe interessa ...
  • Trauliteiro
    29 dez, 2015 Caldas 10:43
    É desta que o CDS volta a ser o partido da "bike" (só 2 ou 3 deputados)! Irrevogável?
  • Fcosta
    29 dez, 2015 Lapa 10:30
    Neste momento quanto vale o cds de Paulo Portas? Sai sem dar contas, acho imoral para os apoiantes do partido. Se fosse governo continuava.
  • 29 dez, 2015 10:28
    Mais protagonismo e o que faz para ser notícia...

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