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Ucranianos em Portugal queixam-se de violação de dados

11 jan, 2025 - 09:32 • Teresa Almeida , com Lusa

Centenas de imigrantes em Portugal receberam chamadas, em russo, com pedidos de informação sobre contas bancárias.

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A Associação dos Ucranianos em Portugal apresentou uma queixa junto da Comissão Nacional de Proteção de Dados, depois de centenas de imigrantes em Portugal terem recebido chamadas, falando russo, com pedidos de informação sobre contas bancárias.

"Nos últimos dois meses, centenas de ucranianos que residem em Portugal e têm números de telemóvel de operadores portugueses estão a receber telefonemas de diferentes números móveis e fixos de Portugal, onde pessoas com voz feminina ou masculina falando em língua russa tentam obter informações pessoais", refere a queixa.

Pavlo Sadokha, presidente da associação, explica que quem faz as chamadas sabe o nome da pessoa proprietária do número de telemóvel e "apresenta-se como inspetor da Polícia Judiciária" portuguesa, mas falando em russo.

“Eu próprio recebi este telefone há dois meses. Uma senhora apresentou-se como inspetora da Polícia Judiciária, mas eu estranhei porque ela falava russo. Ela sabia o meu nome e apelido e disse que precisava de verificar os dados bancários. Aí, eu percebi que era uma burla”, refere Pavlo Sadokha, em declarações à Renascença.

Os pedidos de informação incluem a recolha de dados bancários o que tem levado os membros da associação a desconfiar.

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"Uma senhora apresentou-se como inspetora da PJ, mas estranhei porque ela falava russo"

O presidente da associação tem conhecimento de casos em várias regiões do país. Além de queixas à Polícia, o caso foi agora reportado à Comissão Nacional de Proteção de Dados.

“Os ucranianos de diferentes regiões de Portugal começaram a telefonar e a escrever para mim a contar a mesma história. Aí, começámos a desconfiar que poderiam ter sido roubados dados dos ucranianos. Algumas pessoas fizeram queixa à Polícia. Quando estes casos começaram a ultrapassar a centena, decidiu apresentar queixa à Comissão de Proteção de Dados”, indica Pavlo Sadokha,

A queixa sublinha que "como as vítimas desses telefonemas não têm nada em comum além de serem de nacionalidade ou origem ucraniana (não são membros dos mesmos grupos nas redes sociais), suspeitamos que alguns dados pessoais em massa tenham sido quebrados ou roubados, indicando números de telemóveis com nomes e sobrenomes e possivelmente a nacionalidade".

Muitos dos números das pessoas que foram alvo dos telefonemas não existem na base de dados da associação, explicou Pavlo Sadokha, indicando que o único elemento em comum é integrarem plataformas de redes sociais comuns aos imigrantes.

Trata-se de imigrantes ucranianos e alguns russos opositores do regime de Moscovo, mas Pavlo Sadokha disse que as conversas nunca indicaram questões políticas, mas sim tentativas de aceder a dados bancários.

Segundo Pavlo Sadokha, a associação está a recolher as queixas e os números utilizados para os entregar às autoridades portugueses de modo a que o caso seja averiguado.

"Isto nunca aconteceu, mas suspeitamos de tentativa de burla", disse.

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