14 nov, 2024 - 06:00 • Anabela Góis
A maior parte dos portugueses sabe quais são os fatores de risco para desenvolver diabetes e a esmagadora maioria reconhece a importância do estilo de vida para prevenir a doença. No entanto, 19% aumentaram o consumo de refeições ultraprocessadas e de take away, e só 35% das crianças fazem exercício regularmente.
Os resultados são de um estudo feito em oito países - Portugal, Brasil, China, Indonésia, México, Rússia, Emirados Árabes Unidos e Vietname - e mostram que há uma grande discrepância entre conhecimento e atitude, na perspetiva da presidente Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Paula Freitas.
“Portugal revela níveis de consciência superiores à média. Tem o conhecimento sobre a doença, quais são os hábitos e os comportamentos e o estilo de vida que está associado à diabetes. No fundo, as pessoas têm consciência dos fatores de risco, mas não basta ter o conhecimento. É preciso colocar o conhecimento em prática. Se o fizessem, não tínhamos as taxas diabetes e de obesidade a aumentar”, lamenta Paula Freitas, em declarações à Renascença.
Relatório do Programa Nacional para a Diabetes apo(...)
Portugal tem uma das taxas mais elevadas de diabetes da União Europeia. Estima-se que pelo menos um milhão de pessoas tenham a doença, sendo que 90% sofrem de diabetes tipo 2, que pode ser prevenida.
A mudança passa por campanhas de informação que devem ser introduzidas o mais cedo possível.
“A literacia em saúde e a educação alimentar deve começar até antes das mulheres engravidarem, podia começar na pré-escola, na escola um bocadinho, como se fez, por exemplo, em relação à separação dos lixos. Há uma série de conhecimentos que foram feitos e que as crianças muito rapidamente adquiriram e colocaram na prática. Isso também se pode fazer em relação a outros hábitos, nomeadamente aos hábitos alimentares e de atividade física”, defende Paula Freitas.
Esta quinta-feira assinala-se o Dia Mundial da Diabetes.