13 nov, 2024 - 00:29 • Marisa Gonçalves , Fábio Monteiro
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recorda o presidente emérito do Grupo Renascença Multimédia, Fernando Magalhães Crespo, falecido na terça-feira, como um homem "de uma resistência férrea".
"Fernando Magalhães Crespo era de uma grande afabilidade, mas, quando era preciso ser resistente, era de uma resistência férrea. Tinha uma capacidade férrea para dizer que sim, quando era para dizer que sim, e dizer 'não', quando era 'não'”, diz Marcelo à Renascença.
Nas palavras do Presidente da República, Magalhães Crespo foi “um grande líder da Rádio Renascença, em períodos difíceis, muito difíceis, que corresponderam ao início da democracia”.
“A Renascença foi vítima de uma intervenção que, aliás, fugiu completamente ao controlo do próprio Governo em funções”, continua.
“Estava-se num período muito quente", diz Marcelo, aludindo à ocupação da rádio, em Lisboa, nos tempos do chamado "PREC", o "Processo Revolucionário em Curso".
"O primeiro-ministro em funções, diz-se, teria dito ou proposto em Conselho de Ministros: ‘Isto não pode continuar assim, se for preciso bombardeia-se'", recorda.
Essa "forma radical de intervenção militar para terminar a ocupação ilegal da Renascença, felizmente, não aconteceu e foi aí que Magalhães Crespo "testou uma das suas características fundamentais", a "resistência".
Numa nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa já havia enviado "sentidas condolências aos seus familiares, amigos e a todos os trabalhadores e colaboradores do Grupo Renascença Multimédia".
Marcelo Rebelo de Sousa condecorou Fernando Magalhães Crespo com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Fernando Magalhães Crespo tinha 94 anos. Em 1974, foi convidado pelo então cardeal-patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, para integrar o conselho de gerência da Rádio Renascença, na qualidade de gerente. Ocupou o cargo durante três décadas. Era presidente emérito do Grupo Renascença desde 2005.