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Morreu Magalhães Crespo, presidente emérito do Grupo Renascença Multimédia

12 nov, 2024 - 01:57 • Fábio Monteiro , Pedro Caeiro

Fernando Magalhães Crespo morreu ao início da madrugada desta terça-feira, numa unidade hospitalar de Lisboa. Tinha 94 anos. Engenheiro de formação, guiou os destinos do Grupo Renascença Multimédia ao longo de mais de três décadas. Era presidente emérito do Grupo Renascença desde 2005.

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Morreu Magalhães Crespo, presidente emérito do Grupo Renascença Multimédia
Morreu Magalhães Crespo, presidente emérito do Grupo Renascença Multimédia

Morreu Fernando Magalhães Crespo, presidente emérito e homem que guiou os destinos do Grupo Renascença Multimédia ao longo de mais de três décadas. Tinha 94 anos.

Magalhães Crespo - "o senhor engenheiro" ou "o engenheiro" como era referido por sucessivas gerações de trabalhadores e colaboradores da Renascença - foi figura central da evolução e resistência do grupo de comunicação social da Igreja, em particular no período em que as instalações da emissora católica no Chiado estiveram ocupadas por forças da extrema esquerda e pelos militares do COPCON, entre julho de 1974 e dezembro de 1975.

Em entrevista à Renascença em 2018, Magalhães Crespo lembrou o período do Processo Revolucionário em Curso (PREC) como um período “caótico”.

A necessidade de criar liberdade na Rádio Renascença foi intensa, até dezembro de 1975. Durante esse período de ano e meio, foi uma libertação para a Rádio Renascença poder trabalhar como emissora católica”, disse.

Fernando Magalhães Crespo: "A Renascença foi um farol de liberdade em Portugal"
Fernando Magalhães Crespo: "A Renascença foi um farol de liberdade em Portugal"

Devido à ocupação das instalações, a 7 de novembro de 1975, os emissores da Renascença na Buraca foram destruídos à bomba por ordem do Conselho de Revolução. Com uma nova lei da Rádio, o Governo pretendia nacionalizar a Renascença, mas tal nunca aconteceu.

“Se não tivéssemos sido tão atacados, talvez não tivéssemos hoje a posição que temos”, chegou a afirmar, muitos anos mais tarde.

Foi durante o mandato de Magalhães Crespo que o grupo Renascença se expandiu, com a criação das estações RFM, em 1987, e Mega Hits, em 1998. Também com a sua liderança foram dados os primeiros passos na área do digital.

Nascido em 1930, numa família tradicional católica do interior do país, a fé esteve sempre presente na vida de Magalhães Crespo, formado no Instituto Superior Técnico, em Lisboa.

Em 1974, era diretor-geral de uma empresa de consultores, quando foi convidado pelo então cardeal-patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, para integrar o conselho de gerência da Rádio Renascença, na qualidade de gerente, conjuntamente com Luís Torgal Ferreira, também gerente, e com o cónego António Gonçalves Pedro como presidente.

Em junho de 2018, a recebeu o prémio “Fé e Liberdade”, atribuído pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, devido ao papel que desempenhou durante a crise da Renascença, em pleno PREC.

No aniversário dos 82 anos da Renascença, foi homenageado internamente com a atribuição do seu nome a uma das salas do novo edifício para onde o Grupo Renascença Multimédia se mudou, em maio de 2016. “Não estava nada à espera disto”, confessou.

Já em 2023, foi condecorado pelo Presidente da República, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Quando se reformou, aos 75 anos, disse à Ecclesia agradecer a Deus a “oportunidade que tive de aplicar aqui todos os meus conhecimentos”.

“Nunca me arrependi nem nunca tive qualquer dificuldade em recusar as oportunidades que me surgiram, mesmo vendo colegas ter grandes lugares na banca ou nas empresas públicas. Este [a Renascença] foi um lugar que preencheu totalmente o meu desejo de satisfação pessoal, o meu ego”, sublinhou.

Ainda não são conhecidos pormenores das cerimónias fúnebres de Fernando Magalhães Crespo, presidente emérito do Grupo Renascença Multimédia.

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  • Carlos Campos
    12 nov, 2024 Coimbra 10:45
    Presto a minha humilde homenagem ao Grande Timoneiro da Rádio Renascença e uma das figuras mais importantes da Comunicação Social do nosso País. No início dos anos 90 tive a honra de ser um dos fundadores da ARIC [Associação de Rádios de Inspiração Cristã] à qual mais tarde presidi durante 9 anos. Na altura conturbada da atribuição de frequências para a criação oficial das chamadas rádios locais, esta foi , uma forma que " o sr. Engenheiro " planeou para defender pequenos projectos que de outra forma teriam fracassado. Após a Aric surge a Associação da Imprensa Cristã. Depois com o Departamento de Comunicação da Católica e da Tvi ( ainda em organização e instalada no r/c da Renascença) Magalhães Crespo cria a NOVA, Federação dos Meios de Comunicação da Igreja. Esta forte posição teve um importante papel na altura, de tal maneira que originou criação de Confederação dos meios de Comunicação, que reunia todas as televisões, associações de radio e imprensa, em documento registado no Altis. Foi tal o impacto e azia que provocou esta dinâmica do sr Engenheiro, que o cardeal António Ribeiro aparece a ocupar toda a capa de um diário de Lisboa, com o designação de " o patrão da Comunicação da Social". Quando deixei a Antena 1, tive o gosto de ,durante dois anos realizar e ao programa "da Aric, Lusitânia " na RR., Foram alguns anos de trabalho na " mesa redonda " , com uma admiração profunda pela visão estratégica, pela elevação ,simplicidade ,inteligência de um grande Senhor.

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