12 nov, 2024 - 06:00 • Alexandre Abrantes Neves
Há um novo manual de primeiros socorros psicológicos para ajudar alunos e professores universitários. O documento está já em vigor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) e apresenta um conjunto de passos para ajudar a agir sempre que for identificado um caso dentro do campus e não houver profissionais de saúde por perto.
À Renascença, a psicóloga da FLUL refere que a ideia de criar o documento surgiu com o aumento de casos dentro da comunidade académica, nomeadamente de ansiedade e depressão depois da pandemia.
“Após a pausa em que as aulas foram a distância, e quando as voltaram a ser presenciais, houve um ‘boom’ de pedidos nesse ano. A partir daí, houve essa tendência crescente, que antes também já tínhamos identificado”.
Filipa Afonso, subdiretora da FLUL, acrescenta que o manual é uma forma de garantir as “melhores condições possíveis dentro da faculdade, não só para o estudo, como também para a investigação e para o trabalho” e de dar destaque ao “valor da empatia, que não pode ser só da moda”.
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São dez páginas com as indicações que devem ser seguidas sempre que um caso é identificado no campus. Filipa Afonso destaca que o manual foi elaborado com uma “língua extraordinariamente simples” e inclui um conjunto de perguntas que “permite fazer a avaliação da situação, por exemplo, tentando perceber se já aconteceu mais vezes”.
Tal como em todos os outros casos, uma vez feitos os primeiros socorros, segue-se o acompanhamento por um profissional de saúde.
“Essa atenção profissional poderá vir ou dos psicólogos clínicos que trabalham na FLUL ou, então, com todo um conjunto de instituições também identificadas neste manual para o qual as pessoas que estão em crise psicológica deverão ser reencaminhadas caso a crise psicológica assim o obrigue”, esclarece a responsável.
Disponível no site da FLUL, o documento foi enviado a todos os membros da comunidade académica e tornado público também, para “ser reaproveitada por outras faculdades”.