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Ramos Pinheiro. “Não vale a pena aprisionarmos o desenvolvimento”

11 nov, 2024 - 10:00 • Daniela Espírito Santo

Administrador do Grupo Renascença Multimédia defende que é preciso "revisitar o processo da industrialização" e "desenhar alternativas viáveis para tornar o nosso país mais sustentável e competitivo".

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"A reindustrialização do futuro nunca será uma cópia da industrialização do passado". Para José Luís Ramos Pinheiro, administrador do Grupo Renascença Multimédia, "o tempo não volta para trás" e "não vale a pena aprisionarmos o desenvolvimento".

Na abertura da conferência “A Reindustrialização de Portugal”, promovida pela Renascença com o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Ramos Pinheiro - que participou por via digital - vaticinou que as "oportunidades digitais" permitem que "o nosso mundo seja hoje, de facto, um mundo diferente" e que o futuro "não será menos digital do que hoje, podendo ser até ainda mais diferente do que alguns possam julgar".

"A mudança é das poucas certezas que temos quanto ao futuro", assevera, defendendo que não vale a pena fechar o futuro "nas categorias que mais dominamos e que, porventura, mais nos confortam", relembrando outros eventos similares no passado.

"Quando caiu o muro de Berlim e se desmoronou o regime soviético houve quem tivesse previsto erradamente o fim da História, como se ela pudesse ser aprisionada. Sabemos hoje que não foi assim: caiu aquela história, mas outras se sucederam", diz.

A evolução, no entanto, traz consequências "a todos os níveis", incluindo, "na economia", especialmente quando as "novas lógicas geopolíticas" colocam "em causa certezas económicas tidas como ganhadoras". E dá outro exemplo: "Houve um tempo, por exemplo, em que se acreditou poder otimizar resultados das empresas e dos países com deslocalização" para aproveitar "condições mais favoráveis", como mão-de-obra mais barata, e em que "a dependência excessiva de terceiros não era um tema".

Hoje em dia, no entanto, "é uma preocupação e uma preocupação central". "O contexto internacional leva-nos a revisitar o processo da industrialização", indica, defendendo, assim, a necessidade deste debate, especialmente no contexto português.

"É para discutir precisamente os caminhos que se abrem a Portugal e desenhar alternativas viáveis para tornar o nosso país mais sustentável e competitivo que estamos hoje aqui", remata.

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