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Conferência Renascença

Precisamos de reforçar “a capacidade industrial, com a presença do Estado”

08 nov, 2024 - 10:44 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos

Presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, antecipa a conferência “A Reindustrialização de Portugal”, assinalando a necessidade de “olhar para este problema numa lógica não de protecionismo, mas numa lógica de inovação”.

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A Renascença vai realizar a conferência “A Reindustrialização de Portugal”, na próxima, segunda-feira, 11 de novembro, em parceria com a Câmara de Gaia.

O evento vai reunir especialistas de várias áreas, ao longo de toda a manhã, para debater o futuro da indústria nacional e a competitividade da Europa face aos novos desafios globais.

O presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, diz que em discussão vai estar “um tema que neste momento é um tema central da Europa”.

“É muito um tema provocado pelo período Covid, em que percebemos as nossas limitações, em que percebemos que talvez tenhamos cometido um erro histórico ao abandonar muita da indústria, desde logo pesada, mas não só, que tínhamos, a cedência aos mercados baratos e à lógica da mão de obra barata que teve os seus custos”, indica.

Questionado sobre como dar a volta a esta situação, como garantir mais competitividade, o autarca responde que essa é a questão “a discutir”, porque é “uma questão que, em primeiro lugar, tem que ver com o contexto europeu como um todo”.

Mas, na visão do autarca, “nós temos que fazer a nossa parte” e dá o exemplo de Vila Nova de Gaia, “um concelho que orgulhosamente ostenta algumas das indústrias mais importantes do país, desde a metalomecânica à área dos vinhos - engarrafamento - e tantas outras”.

“Não só não queremos perder esse potencial, como queremos aprofundá-lo”, declara, assinalando que há condições neste momento, “se calhar, menos, por vontades políticas, e mais, porque as necessidades estão a exigir uma atuação”.

O autarca exemplifica com o que está a acontecer “em alguns domínios”, apontando o exemplo da “aquisição de autocarros que começa a ser evidente que não pode estar dependente da Turquia ou da China”.

“Já temos países na Europa, e um, por acaso, é nosso vizinho, que têm políticas que, eu admito, sejam já políticas na linha de um certo protecionismo, nada comparado com os Estados Unidos, mas um certo protecionismo da sua própria indústria e da sua construção civil”, observa.

Segundo Eduardo Vítor Rodrigues, “precisamos de olhar para este problema numa lógica não de protecionismo, mas numa lógica de inovação, de reforço da capacidade industrial, com a presença do Estado”.

“Não acredito na ausência do Estado deste problema, quer por incentivos, por mecanismos fiscais, por alguma intervenção direta em alguns domínios. Acho que a questão do naval, da construção naval é um desses exemplos, onde o Estado tem um potencial forte, até pela detenção dos portos. Portanto, temos aqui um vasto caminho para uma discussão que é muito importante”, remata.

A conferência terá dois painéis principais: um primeiro sobre “Portugal e a Reindustrialização da Europa” e um segundo dedicado às “Políticas públicas para a Indústria”.

A sessão de abertura será realizada pelo ministro da Economia, Pedro Reis, e no encerramento marcará presença Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS.

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