03 nov, 2024 - 13:59 • Lusa com Redação
A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, abriu este domingo a porta à discussão sobre o direito à greve nas polícias, com o tema reclamado pelos sindicatos a figurar entre os pontos em discussão nas negociações previstas para janeiro.
"Vamos começar, no dia 6 de janeiro, um conjunto de revisões e é um ponto que pode estar e estará, com certeza, em cima da mesa. Neste momento, não vou dizer se sim ou se não, porque vai ter de ser submetido a um estudo", afirmou a governante, em declarações aos jornalistas no final do primeiro congresso da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), que decorreu este fim de semana na Faculdade de Direito de Lisboa.
Margarida Blasco disse ainda que o inquérito da IGAI ao polícia que baleou mortalmente Odair Moniz, cabo-verdiano de 43 anos, no bairro da Cova da Moura, na Amadora, vai ser entregue num futuro próximo.
O modelo de policiamento de proximidade pela PSP vai ser revisto, adiantou também a ministra da Administração Interna.
"A PSP tem um programa há muitos anos que tem de ser revisitado e que é a polícia de proximidade. Isso passa por ter mais quadros formados e um diálogo que tem de ser feito com as autarquias, com a segurança social, com as associações dos bairros. Estou crente que esse trabalho vai ser feito", afirmou Margarida Blasco, sublinhando: "É muito importante que o cidadão confie na sua polícia. O Governo confia na polícia".
A governante explicou que há 500 futuros agentes a serem formados neste momento e que essa revisão passa também por um reforço das condições dos polícias. .
"Vamos fazer um investimento na formação e, para isso, precisamos de abrir concursos para agentes, para chefes, para oficiais. Estamos atentos e neste constante diálogo que temos com os sindicatos e os polícias, um dos programas que vamos reavivar é o policiamento de proximidade", reforçou.
Entre os equipamentos que serão alvo de investimento estão bodycams, tasers e novas viaturas para a Polícia de Segurança Pública (PSP), mas Margarida Blasco lembrou que estas questões têm de passar por concursos públicos até poderem chegar aos agentes no terreno.
"Os concursos públicos são morosos e temos de cumprir a lei. Agora, há a nossa intenção de fazer um investimento em bodycams, tasers e no material que é necessário para a atuação da polícia. Obviamente que está inscrito e estamos à espera que os concursos terminem", vincou, esclarecendo, sobre os dois concursos públicos já impugnados relativamente às bodycams, que a decisão está nos tribunais e que o Governo aguarda por esse desfecho.