02 nov, 2024 - 23:01 • Isabel Pacheco , Fábio Monteiro
O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) denunciou este sábado que duas pessoas morreram nos últimos três dias por atrasos no atendimento na linha 112, considerando que as condições continuam a agravar-se "por escassez" de profissionais.
Questionado pela Renascença, o INEM assume que houve “um atraso do atendimento” nas duas ocorrências, “o que vem exigir uma análise pormenorizada das situações para se averiguar em pormenor todas as circunstâncias em que decorreu a assistência a estes utentes”.
No caso relativo a Tondela, o INEM não confirma uma demora de 45 minutos de espera para atendimento pelo CODU.
“A chamada foi transferida às 9h29 pelo 112 e atendida às 9h49 pelo CODU, para apoio a uma utente do sexto feminino com aproximadamente 94 anos. No entanto, ninguém respondeu. Foi feita nova tentativa de contacto pelo CODU às 9h59 mas a chamada continuou a não ser atendida. Só às 10h17 foi possível ao CODU realizar a triagem clínica, tendo sido acionado o meio diferenciado que se encontrava mais próximo do local e com capacidade de resposta, no caso a Ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Tondela.”
Mas quanto a Bragança atesta o relato do sindicato. “Confirma-se o atraso no atendimento devido ao volume de chamadas que estavam a ser atendidas nos CODU. Assim que foi possível realizar a triagem, foram prontamente acionados os BV Bragança e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Bragança.”
À Renascença, o INEM lembra que decorre, neste momento, um procedimento concursal para reforço dos profissionais TEPH (Técnicos de Emergência pré-hospitalar) do INEM para preenchimento de mais 200 lugares do mapa de pessoal.
“O atual contexto de greve dos TEPH às horas extraordinárias também acaba por ter impacto no funcionamento do CODU do INEM”, frisa ainda.