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Alterações climáticas potenciam fenómenos extremos, diz o climatologista Ricardo Trigo

01 nov, 2024 - 10:08 • Teresa Almeida , Olímpia Mairos

Climatologistas admitem que pode ter falhado o alerta às populações no caso da tempestade de Valência.Na visão de Carlos Câmara, "são estes episódios trágicos que acabam normalmente por levar a revisões de procedimentos e melhorar todo o sistema”.

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As alterações climáticas não explicam tudo o que aconteceu em Valência, mas potenciam fenómenos extremos com maior frequência.

É a explicação do climatologista Ricardo Trigo para a gota fria, que atingiu o sul de Espanha e que levou à morte de 158 pessoas e mantém dezenas desaparecidas.

“Estas situações ocorreram no passado sem as alterações climáticas, mas o aumento da temperatura do mar e da atmosfera potencia que, em vez de atingir 300 milímetros possa chegar a 350, 400 milímetros”, explica.

Para o climatologista “aquilo que vimos é catastrófico, é um nível incomensurável”.

“O aumento da temperatura do mar é muito importante e também da atmosfera potencia que estas precipitações sejam um pouco mais intensas”, destaca.

A mesma opinião tem o climatologista Carlos Câmara, para quem pode ter falhado o alerta as populações.

Para este especialista é particularmente importante tornar eficaz a cadeia que vai desde o alerta meteorológico à entrada da proteção civil e comunicação à população.

Em declarações à Renascença, Carlos Câmara admite que é uma situação difícil, até porque uma tendência de falsos alarmes pode levar a população a deixar de reagir.

“Serve de grandes lições para se melhorar o sistema. Tudo isto vai demorar o seu tempo a perceber-se, mas tanto quando me foi dado compreender houve, de facto, um lapso temporal bastante alargado que fez com que pessoas fossem apanhadas de surpresa a vir do trabalho para casa e coisas deste género”, assinala.

Para Carlos Câmara são situações destas que podem vir a melhorar o sistema de alerta às populações.

O climatologista insiste que “houve, de facto, um lapso temporal bastante alargado que fez com que pessoas fossem apanhadas de surpresa”, assinalando que “tudo isto são aspetos que é preciso ir oleando com o tempo e, infelizmente, são estes episódios trágicos que acabam normalmente por levar a revisões de procedimentos e melhorar todo o sistema”.

“Isto é raro, mas vamos ter que aprender a conviver com esta realidade”, avisa.

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