30 out, 2024 - 21:42 • Redação
Um novo serotipo da febre catarral, também conhecida como “doença da língua azul”, já afetou perto de 280 explorações de bovinos e ovinos e provocou a morte de mais de 1700 animais.
Estes números são avançados à Renascença por Susana Pombo, Diretora-Geral de Veterinária.
De acordo com a especialista, a doença foi detetada em mais de duas dezenas de distritos, mas a região do Alentejo é a mais afetada.
“Até ao dia 28, os produtores sinalizaram a doença em 41 explorações de bovinos e 238 explorações de ovinos. Os distritos que têm mais explorações afetadas são Beja, Évora e Setúbal. Nos bovinos, ainda não houve reporte de mortalidade. Nos ovinos, temos 1775 animais mortos”, diz.
Susana Pombo sublinha que, como se trata de um novo serotipo da doença, que apenas surgiu em setembro, “estamos perante uma emergência sanitária”. Por isso mesmo, já foi dada uma autorização especial aos produtores para usarem uma vacina não-comercial – cujos custos serão reembolsados pelo Governo.
“Porque é uma doença que aparece pela primeira vez e os animais não estão protegidos, demos a autorização para se utilizar uma vacina no nosso território que não é uma vacina comercial e por isso é uma autorização excecional de utilização que é válida por um período de um ano. Essa vacina está à disposição dos médicos veterinários sempre que a queiram utilizar e que os animais estejam em condições clínicas de a poder receber”, explica.
A língua azul é uma doença viral infeciosa, não-transmissível a humanos. É transmitida pela picada de um mosquito, que desaparece com temperaturas abaixo de dez graus.