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Aumentos salariais para 2025

Sindicatos da Função Pública acusam Governo de "falta de vontade política" mas há quem acredite num acordo

29 out, 2024 - 12:43 • Carla Fino com Lusa

Governo propõe um aumento de 55,26 euros (o equivalente a um nível remuneratório da Tabela Remuneratória Única) ou um mínimo de 2,1% para 2025.

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Os sindicatos da Função Pùblica lamentam "a falta de vontade política" do Governo para melhorar salários em 2025. Ainda assim, uma das estruturas sindicais - a FESAP - acredita que poderá ser possível chegar a acordo.

O Governo reuniu esta terça-feira com três estruturas representantes de trabalhadores da função pública - a Frente Comum, a FESAP e o STE. Em causa está a negociação da atualização dos salários da administração pública para o próximo ano.

A Frente Comum lamentou que o Governo não tenha melhorado a proposta de atualização geral dos salários da função pública para 2025, acusando o executivo de "falta de vontade política", e avisa que a contestação social pode aumentar. O coordenador da Frente Comum Sebastião Santana indica que a "única exceção" apresentada "é para 2028", com o Governo a propor um aumento de 60 euros ou um mínimo de 2,3%.

"Este Governo não tem vontade nenhuma de valorizar os serviços públicos e usa os trabalhadores da Administração Pública como instrumento para os degradar", afirmou o coordenador da STE, à saída da reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, em Lisboa.

Sebastião Santana criticou ainda que aquilo que considera ser a pouca evolução que o Governo fez na atualização salarial para o próximo o ano, face ao que está previsto no acordo assinado com o anterior executivo. "O problema aqui não é dinheiro, é falta de vontade política", defendeu.

Segundo o coordenador da Frente Comum, na reunião desta terça-feira, o Governo disse ainda "que se propunha a equacionar" nos próximos anos a "alteração do subsídio de refeição, ajudas de custo e abono para falhas", não antecipando, no entanto, uma data concreta para eventuais mexidas.

Também ouvidos esta manhã, o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), acreditam que "a proposta que o Governo apresentou pode ser melhorada e portanto vamos requerer negociação suplementar", informoi a presidente do STE.

"Não podemos perder o conjunto", afirma Maria Helena Rodrigues, lembrando que há carreiras na Administração Pública que já foram revistas este ano e que "vão ter também a atualização" e outras "que não tiveram nada e vão apenas ter a atualização".

O STE, afeto à UGT, acredita que o Governo "tem margem" para melhorar esta proposta, com o sindicato a defender agora um aumento salarial de 2,5% para todos os trabalhadores. "Já descemos de 2,75% para 2,5%", precisou, sublinhando que a proposta do Governo não cobre a inflação prevista para o próximo ano (2,3%).

A última estrutura a ser ouvida foi a Federação de Sindicatos da Administracao Pública (FESAP). À saída da reunião, o secretário-geral da FESAP diz acreditar num acordo viável com o Governo na questão dos aumentos salariais. José Abraão explica que baixaram a proposta inicial da FESAP de 6,5% para cerca de metade, o que significou "um esforço enorme", numa tentativa de "aproximação" com o Governo.

A FESAP revelou que também já tem agendada uma nova reunião suplementar com o Ministério, agendada para o próximo dia 4 de novembro.

O Governo propõe um aumento de 55,26 euros (o equivalente a um nível remuneratório da Tabela Remuneratória Única) ou um mínimo de 2,1% para 2025.

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  • Anastácio Lopes
    29 out, 2024 Lisboa 14:25
    Mas do que é que estes pseudo sindicatos estavam à espera de um Governo e de um PM que nem ao respeito se sabem dar aos funcionários públicos? Para estes pseudo sindicatos é bem feito para ver se deixam de ser cúmplices do Governo como sempre o foram, pois se não o fossem, certamente já teriam exigido ao PM a devolução na íntegra dos Subsídios de Férias e de Natal a quem a eles tem legítimo direito e nunca o exigiram. Do que esperam para o fazerem e provarem de que lado estão se de quem trabalha a quem sabem mensalmente pedir a quotas ou de um Governo que dá com uma mão e tira com as duas. Há décadas que o exercício de funcionário público está cada vez mais por dignificar, os serviços fingidamente prestados são vítimas da total falta de estimulos, motivação e empenho por serem mal pagos e a estas vergonhas sindicais, os sindicatos presentes nesta negociação limitam-se a encolherem os ombros sem nada exigirem ao Governo. São estas as formas sérias, responsáveis e intelectualmente honestas de defender quem trabalha nalgum canto do mundo mesmo que esse canto se chame Portugal? Respeito por quem trabalha e pelos seus legítimos direitos é o mínimo que se exige a estes pseudo sindicatos e a um Governo e a um PM que apesar de afirmar governar para os portugueses, todas as medidas toma para empurrar cada vez mais funcionários públicos para a pobreza, impedindo-os de se realizarem profissionalmente e de recuperarem o poder de compra que perderam aquando da vinda da Troika. Foi para estas vergonhas se manterem que pediu o voto aos portugueses senhor PM?

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