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UGT aprova política reivindicativa centrada nos salários, trabalho e habitação

28 out, 2024 - 07:28 • Lusa

Estão previstos aumentos de 50 euros anuais no salário mínimo nacional até 2028. Secretário-geral da UGT pede ao Governo que faça "um esforço".

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O secretariado nacional da UGT reúne-se esta segunda-feira para aprovar a sua política reivindicativa para 2025, medidas em torno dos salários, do mercado de trabalho e da habitação estão entre as matérias prioritárias.

"Naturalmente a questão do mercado de trabalho tem uma componente forte nesse caderno reivindicativo", assim como a componente salarial. É o que antecipa Mário Mourão, em declarações à agência Lusa, sobre a reunião, no dia em que a UGT assinala o 46.º aniversário.

"Os salários continuam a ser uma vertente fundamental para a motivação dos trabalhadores, para as empresas e para o debate negocial" e é "consensual em Portugal que temos um país de baixos salários", acrescenta o secretário-geral da UGT, preferindo não desvendar as propostas concretas. É preciso "inverter isso", aponta.

A UGT, a par com as quatro confederações empresariais, assinou o acordo tripartido de "valorização salarial e crescimento económico para 2025-2028", que reviu em alta a trajetória do salário mínimo nacional. Prevê ainda aumentos de 50 euros anuais até 2028. Para o próximo ano, ficou definido que a retribuição mínima garantida aumente dos atuais 820 euros para 870 euros, isto é, abaixo dos 890 euros já defendidos pela UGT.

Em matéria salarial, está ainda em curso o processo negocial ente o Governo e os sindicatos da Administração Pública, tendo em visto a atualização geral dos salários. No que toca à base remuneratória da Administração Pública (BRAP), o executivo propõe que suba para 870,50 euros no próximo ano, enquanto para a atualização geral dos salários propõe um aumento de 55,26 euros (o equivalente a um nível remuneratório da Tabela Remuneratória Única) ou um mínimo de 2,1%, abaixo da inflação prevista para 2025 (2,3%).

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da UGT pede ao Governo, que faça "um esforço" para "ir mais longe", de modo a "valorizar os salários" e a reconhecer a "importância que a Administração Pública tem no país e nos serviços públicos".

Na terça-feira está prevista uma nova ronda negocial sobre esta matéria e o secretário-geral da UGT admite que pode ser possível um acordo, caso o Governo melhore a proposta. "Acho que poderá haver uma negociação e um acordo com os sindicatos que estão a negociar, nomeadamente os da UGT", assume.

Mário Mourão aponta ainda que há uma elevada carga fiscal em Portugal "nomeadamente com um vínculo forte na área do trabalho", pelo que esta é outra das componentes "fortes" do caderno reivindicativo.

Por outro lado, a UGT quer continua a apostar na "dinamização na negociação coletiva", de modo a responder aos "desafios" que o mercado de trabalho coloca atualmente. "Há novas realidades no mercado de trabalho, nomeadamente as plataformas digitais e é preciso também que os nossos sindicatos apostem forte no apoio dos trabalhadores das plataformas digitais", defende.

"A crise da habitação para nós também é importante", enumera ainda o secretário-geral da UGT, sublinhando que "as pessoas continuam a ter grandes dificuldades" para pagar "as rendas e as prestações altas" das casas, pelo que esta matéria "exige uma prioridade e atenção" máximas.

"Não vale a pena estarmos a fazermos um combate contra os baixos salários e depois termos outras vertentes que, de facto, eliminam aquilo que são as atualizações salariais", sustenta.

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  • Anastácio Lopes
    28 out, 2024 Lisboa 11:28
    Onde está a vergonha e o brio de alguém desta Central Sindical, depois de um seu elemento, ter alegadamente negociado com a Secretária de estado os aumentos para 2025, e no final nos veio afirmar "ser poucochinho"? Para quando fazer parte da política reivindicativa desta UGT, a devolução a quem trabalha e aos pensionistas, os Subsídios de Férias e de Natal na íntegra, livre de impostos? Será que para esta UGT 12 anos desde a saída da Troika ainda é pouco tempo para exigir ao Governo a reparação desta injustiça, imoralidade e desonestidade intelectual? Porque não faz esta vergonha sindical parte da política reivindicativa da UGT? Será ignorando e nada assumindo em 12 anos sobre esta vergonha que algum dia defenderão quem trabalha senhoras e senhores da UGT? Quantos mais anos terão de passar para que seja reparada esta vergonha nacional com a cumplicidade e conivência de ambas as Centrais Sindicais que alegam defender quem trabalha mas nada assumem para repararem esta vergonha? Mal dos trabalhadores e pensionistas que nunca foram defendidos por nenhuma das Centrais Sindicais, como este vergonhoso exemplo disso faz prova, sem esquecer os trabalhadores DEFICIENTES e LICENCIADOS, que nunca tiveram apoio algum de nenhum dos sindicatos de nenhuma das Centrais Sindicais sendo por isso, ainda hoje, vítimas de reais homicídios profissionais. Não envergonham estes indignantes exemplos os dirigentes da UGT? De que mais necessitam para terem alguma vergonha do que não fazem?

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