21 out, 2024 - 16:56 • Fábio Monteiro
A revisão do currículo da disciplina de Cidadania “não é o tema mais importante do sistema educativo”: eis a primeira reação do ministro da Educação, Fernando Alexandre, ao anúncio feito por Luís Montenegro, no domingo, durante o encerramento do Congresso do PSD.
O primeiro-ministro prometeu “libertar” as “amarras ideológicas” da disciplina – que entrou para o currículo escolar em 2017, pela mão do ex-ministro socialista Tiago Brandão Rodrigues.
Em declarações aos jornalistas, esta segunda-feira à tarde, Fernando Alexandre afirmou: “Não é o tema mais importante do sistema educativo. Mas se tem gerado algum ruído e se gera algum mal-estar nas famílias, sobretudo em relação a determinados conteúdos, lecionados de determinada maneira, em particular em idades mais iniciais do 1.º e 2.º ciclos, então vamos olhar com atenção para isso.”
E lembrou que a avaliação e a revisão curricular em curso é para todas as disciplinas do ensino básico e secundário.
Questionado sobre queixas em concreto, Fernando Alexandre referiu apenas que são alguns dos temas em torno da Educação Sexual que “não são consensuais”, em particular nos primeiros anos de escolaridade.
Instado a dar um exemplo, não foi capaz.
“Não consigo”, disse.
O ministro garantiu que na disciplina de Cidadania há conteúdos "muito importantes" na formação das crianças. E a disciplina continuará a existir no futuro.
“A menos que a avaliação que está a ser feita nos surpreenda muito, não está em causa que deixe de ser obrigatória”, indicou.
A avaliação do currículo está a ser feita por uma equipa de peritos externa e deverá estar terminada até maio do próximo ano. Ou seja, poderá entrar em vigor no próximo ano letivo.