17 out, 2024 - 06:30 • Fátima Casanova
Esta quinta-feira é dia de protesto de professores à porta do Ministério da Educação, em Lisboa. Uma concentração que foi convocada pela Federação Nacional Dos Professores (Fenprof) para protestar contra a discriminação no pagamento dos apoios aos docentes deslocados.
Em causa os apoios definidos apenas para quem está colocado nos 234 agrupamentos de escolas consideradas carenciadas. Uma medida que, para a presidente da Associação Nacional de Professores, Paula Carqueja, divide a classe por ser injusta.
À Renascença, Carqueja diz que a medida é "uma grande injustiça" e "uma desmotivação", acabando por "provocar um mal-estar entre os próprios docentes". "Esperemos agora que estas assimetrias sejam corrigidas e aquilo que era uma boa intenção não desuna mais os docentes", diz.
Atribuir o subsídio a todos os professores deslocados é uma das reivindicações da Associação Nacional de Professores, que hoje mesmo chega ao gabinete do Ministro da Educação.
"Aquilo que faz também muita falta, e que os professores se queixam, além dos baixos salários, é esta componente financeira que seria uma boa componente, se fosse para todos os docentes”, admite a presidente.
Paula Carqueja defende que é preciso corrigir a situação que está a indignar professores... e não faltam exemplos de docentes nesta situação.
“Vive em Ílhavo, trabalha no Porto e vem com um colega com quem divide as deslocações. Curiosamente, um está numa escola carenciada, tem um subsídio, o outro não está numa escola carenciada, não aufere de mais nenhum rendimento. Tendo em conta os quilómetros, entre 70 e os 200 km, o subsídio é de 150 euros mensais”, explicita, dando um exemplo de uma das situações que, diariamente, são denunciadas junto da Associação Nacional de Professores, que pede ao Governo que o subsídio de deslocação seja atribuído a todos os professores que tenham de percorrer mais de 70 quilómetros para dar aulas.