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Orçamento do Estado

OE2025. Jornalistas criticam ausência de medidas para "fortalecer o jornalismo"

14 out, 2024 - 19:43 • Lusa

Sindicato lamenta que não se adivinhe "qualquer projeto do Governo para estabelecer novos modelos de financiamento do jornalismo como serviço público, seguindo os exemplos internacionais de apoio direto à produção de informação".

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O Sindicato dos Jornalistas (SJ) acusou esta segunda-feira o Governo de "fragilizar a situação financeira da RTP" e critica a ausência de medidas para "fortalecer o jornalismo" na proposta de Orçamento de Estado para 2025 (OE2025).

"(...) tal como no Plano de Ação para a Comunicação Social do Governo, também não se vislumbra neste orçamento grande ambição para os jornalistas", aponta o SJ, em comunicado, lamentando que as medidas "essenciais para fortalecer o jornalismo e dar condições de trabalho dignas aos profissionais de informação" apresentadas pelo sindicato à tutela estejam, "na sua maioria, ausentes".

O sindicato liderado por Luís Simões nota que a não atualização da contribuição audiovisual "conforme manda a lei", irá continuar a "fragilizar a situação financeira da RTP" e reitera as críticas ao plano de rescisões de trabalhadores na RTP e ao fim da publicidade na estação pública, medidas que integram o Plano de Ação para a Comunicação Social.

"Não é fácil entender como o Governo acha que a RTP pode fazer mais e melhor jornalismo com menos meios humanos e menos financiamento, se o fim da publicidade, a três anos, não for acompanhado por um aumento da contribuição pública", indica o SJ.

Por outro lado, "muitas outras propostas, para a sustentabilidade de órgãos de comunicação social, defesa de direitos laborais, e a garantia do acesso à informação, ficaram aquém do exigível ou, pior, fora desta proposta de Orçamento", sinaliza o sindicato.

O SJ dá nota de que terá esta semana "reuniões com vários partidos com assento parlamentar" e que pediu também uma reunião "à secretaria de Estado da tutela, para insistir na necessidade de incluir medidas destinadas especificamente aos jornalistas, essenciais em qualquer projeto justo e eficaz para os media".

"Nem o Orçamento nem o plano preveem, como sugeria o SJ, a criação de uma categoria específica no estatuto de utilidade pública para organizações jornalísticas, com os correspondentes benefícios fiscais, garantindo que podem aceder às consignações de IRS e IVA, nem a sua contemplação pela lei do mecenato", assinala.

Além disso, também "não se estabelece sequer um regime fiscal mais favorável para as empresas jornalísticas, incluindo a eliminação do IVA sobre a venda de assinaturas, pelo estabelecimento de um regime de tributação específica para a venda de publicidade, e englobamento em tarifas reduzidas de energia e telecomunicações", realça o SJ.

Em comunicado, o SJ lamenta ainda que não se adivinhe "qualquer projeto do Governo para estabelecer novos modelos de financiamento do jornalismo como serviço público, seguindo os exemplos internacionais de apoio direto à produção de informação, pela criação de um programa de bolsas diretas para jornalistas ou de apoio a redações".

Segundo o SJ, as medidas "não só revelam que falta ao Governo uma visão específica para os media como nada fazem para garantir o reforço salarial dos restantes jornalistas e a melhoria das suas condições de trabalho", lembrando ainda que é "urgente lidar com o empobrecimento generalizado da classe jornalística" em que "cerca de 30% dos jornalistas ganha menos de mil euros por mês".

O sindicato aponta ainda que propôs a atribuição de bolsas estruturais plurianuais para organizações jornalísticas sem fins lucrativos, a atribuição de bolsas de reportagem, para equipas de jornalistas e jornalistas individuais, bem como "a dedução em sede de IRS da totalidade das assinaturas de OCS [órgãos de comunicação social] e de donativos efetuados" e lamenta que estas propostas tenham ficado de fora do OE2025.

O Governo entregou na quinta-feira no parlamento a proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que prevê que a economia cresça 1,8% em 2024 e 2,1% em 2025 e um excedente de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 0,3% no próximo.

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  • Anastácio Lopes
    15 out, 2024 Lisboa 08:15
    O jornalismo nunca precisou de medidas políticas para se fortalecer, precisa sim é de ser autónomo, independente, e não ser politizado como acontece em várias situações, estando mais perto do povo do que o que está, e não fazer orelhas mocas às diferentes denúncias e queixas que lhes chegam por parte do povo, pois nenhum jornalismo o é se não estiver com o povo e com os problemas e sofrimentos desse povo, a quem sabem pedir que assinem ou comprem os seus jornais. Em face desta explicação, pede-se e exige-se a todo e qualquer jornalista, isenção e imparcialidade no que à política e aos políticos diz respeito e que olhem mais e melhor para o povo e para com os seus problemas e sofrimentos do que o que têm feito, pois só há jornalismo porque há povo e nunca o contrário.

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